Título da redação:

Ciberativismo e o "ativismo de sofá"

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 02/08/2016

Ciberativismo e o "ativismo de sofá" Com o surgimento da internet e a popularização das redes sociais, muito mudou. Não apenas nos comunicamos e interagimos on-line enquanto pessoas, mas também enquanto indivíduos políticos. Revoltas, campanhas e movimentos sociais ganham, a cada dia, mais espaço nas redes, mas até que ponto o ciberativismo é eficiente como instrumento para mudanças reais? Em razão de sua velocidade e capacidade de atingir um grande número de pessoas de diferentes lugares ao mesmo tempo, a internet se tornou aliada essencial de movimentos como a Primavera Árabe, as manifestações de 2013 no Brasil, o feminista e o negro. Ela ajuda não só a se organizar, mas a tornar o debate público, a atingir e agregar mais pessoas e, por fim, a se fazer ouvir. No entanto, na mesma medida que o contato com novas ideias e diálogos se torna possível, são criadas também as chamadas "bolhas sociais", onde o que não interessa é deletado e bloqueado, e os discursos que se deseja ou não ouvir são, assim, selecionados. Cria-se também um comodismo, uma falsa sensação de que apenas emitir opiniões em público provocam mudanças concretas, quando, na verdade, no âmbito político, ações são tão necessárias quanto palavras. Dessa forma, percebe-se que o ciberativismo deve ser apenas uma parcela do processo: um meio de protesto, e não o objetivo final. No Brasil, a maioria da população não tem acesso à internet, então faz-se necessária a organização de palestras e campanhas públicas não virtuais pelos coletivos e movimentos, que devem também promover a conscientização da importância dos movimentos sociais e os perigos do "ativismo de sofá".