Durante toda a história, direitos dos menos favorecidos foram adquiridos por meio de protestos e lutas, muitas vezes fatais. Atualmente, o conforto de permanecer escondido atrás de uma tela acarreta em um atrofiamento do ativismo popular na busca desses direitos, intensificando a maior característica da nova geração: a preguiça. “Os caras pintadas” foi uma manifestação contra o governo Collor que afirmou o grande potencial juvenil na busca de justiça. Este e outros protestos são exemplos de que a força de vontade de querer melhorar o mundo é, majoritariamente, dos jovens. Hoje, as novas gerações preferem confrontar os problemas e despontar seus lados políticos por meio das redes sociais, como o Facebook, perdendo, paulatinamente, coragem para fomentar mudanças. Nesse sentido, há, atualmente, uma preocupação com o futuro da justiça tão fortemente buscada durante séculos, que apresenta uma faceta histórica voltada ao heroísmo. Tal característica é fruto de uma interferência na história, como a credibilidade dada à princesa Isabel e a Getúlio Vargas na abolição da escravatura e aos direitos trabalhistas, respectivamente, sendo que tais figuras foram apenas representações de diversos movimentos sociais. Assim, as gerações Y e Z crescem pensando que a história é feita por heróis e não enxergam a necessidade de interferir e atuar presencialmente em lutas sociais; consequentemente, permanecem incólumes atrás de telas de smartphones e disseminam indiretamente a preguiça. Portanto, é preciso resolver com parcimônia a falta de presença dos jovens nos movimentos sociais atuais. Primeiro, é necessário que os professores de humanas desfaçam a credibilidade de figuras dadas como heróis e disseminem a importância dos movimentos sociais na história. Segundo, é importante que as redes sociais continuem abrindo espaço para a liberdade de expressão; todavia, de forma respeitosa e ética a fim de compartilhar apenas opiniões morais. Por fim, é imprescindível que haja um incentivo vindo das antigas gerações por meio de palestras para que assim a preguiça e a zona de conforto alastradas pela tecnologia sejam abolidas.