Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Brasil: pátria educadora? A educação contemporânea brasileira.

Redação enviada em 25/08/2017

O sistema educacional brasileiro ilustra plenamente as ideias de Michel Foucault no tocante à docilização dos corpos e o estabelecimento das relações de poder. No Brasil, as instituições de ensino funcionam, majoritariamente, como instrumentos de subjugação de crianças e adolescentes, sem prezar pela natureza do aprendizado ou pelo desenvolvimento das potencialidades intelectuais de cada um. Segundo o filósofo francês, as escolas podem ser descritas como “instituições de sequestro’, pois afastam o individuo do ambiente familiar para que possam adestra-los e disciplina-los”. O padrão de arquitetura escolar usual revela o panoptismo nas entidades educacionais concatenado com a estrutura das instituições prisionais e militares: portões, muros altos, uniformização rígida, horários e atividades pré-estabelecidos. Fatores esses que evidenciam o propósito da docilização. Reiterando os pensamentos de Foucault, a formação de corpos dóceis fundamenta o controle, ainda que sutil, sobre a sociedade. O capitalismo demanda indivíduos subservientes e robotizados, logo a alienação das massas faz-se necessária. Haja vista a grade curricular das escolas brasileiras, disciplinas classificadas como exatas, tais como matemática, física ou química, são priorizadas em relação às disciplinas classificadas como humanas, bem como história e sociologia, as quais estimulam a reflexão e conscientização do individuo sobre sua posição no contexto social. Destarte, por meio de uma transmissão catedrática e maçante de conteúdos, muitas vezes alheios à sua própria realidade, é que os alunos são educados no Brasil. Em vista disso, estabelece-se um ciclo danoso à sociedade. O estudante perde sua autonomia intelectual e, consequentemente, passa a desinteressar-se pelo aprendizado, visto que lhe foram negadas as oportunidades de desenvolver suas habilidades instintivas. Assim sendo , desenvolve-se uma sociedade composta de indivíduos frustrados e alienados, constatando-se a ineficácia da metodologia subordinativa de educação. Em suma, a estrutura pedagógica vigente no Brasil fomenta a sujeição de jovens indivíduos para que estes, futuramente, sirvam como alicerce na perpetuação de um modelo socioeconômico calcado na subordinação de uns perante outros.