Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Brasil: pátria educadora? A educação contemporânea brasileira.

Redação enviada em 06/04/2017

A estruturação da vida sociopolítica brasileira, nas últimas décadas, teve como característica inerente a instabilidade social. Na esfera pública e privada, os debates acerca da educação contemporânea brasileira ganharam amplo espaço midiático e acadêmico, com contornos imprevisíveis e, por vezes, preocupantes. Dessa forma, o modelo educacional brasileiro persiste na sociedade, sobretudo, por motivações da incapacidade de gestão do Estado e da inaplicabilidade das leis. Em uma primeira análise, sob a ótica sociopolítica, a educação contemporânea no Brasil é fomentada pela incapacidade das esferas públicas de exercerem sua jurisdição e poder simbólico. Essa relação pode ser explicada pela histórica inabilidade estatal em se promover mecanismos de incentivo aos alunos que desejam ter um futuro melhor, tais quais sofrem diariamente com as péssimas condições tanto infraestruturais quanto ao nível de educação oferecida pelo governo, o que contribui diretamente para a perpetuação dos casos de abandono à escolaridade. Nesse contexto, em parecer técnico divulgado pela OAB/SP, o jurista Sylvio Clemente da Motta afirma que o aprofundamento do número de casos de evasão escolar, nas últimas décadas, no Brasil, adquiriu contornos indubitavelmente preocupantes ao registrar crescimento de 73,4% na região Nordeste do Brasil, com claras perspectivas de agravamento do quadro. Dessa maneira, a sociedade brasileira aprofunda-se em um intenso cenário de desestruturação socioeducacional, o que aponta para a imprescindibilidade de superação dessa grave conjuntura social. Ademais, em um segundo plano, a inaplicabilidade das leis destinadas à educação brasileira é fator intenso do agravamento da analfabetização no Brasil, uma vez que funcionam meramente no plano abstrato. Essa lacuna decorre da sensação de impunidade macroestrutural e permissividade provenientes da incapacidade do poder judiciário e tribunais de justiça em exercerem o poder, a competência e jurisdição que lhes são atribuídos. Nesse sentido, em artigo publicado na folha de São Paulo, o jurista e ministro do STF Luis Roberto Barroso afirma que a grave conjuntura da crise educacional no Brasil, contribuiu diretamente para a construção e abrangência do enfraquecimento jurídico da sociedade. Desse modo, a necessidade de superação desse delicado quadro, mostra-se como um importante desafio da pós-modernidade. A incapacidade de gestão do Estado, em paralelo à inaplicabilidade das leis, portanto, são motivações diretas para a ocorrência de uma precária educação brasileira. Sendo assim, a fim de que se desconstrua esse grave panorama educacional, o poder executivo federal, sob forma do ministério do planejamento, devem liberar investimentos no setor cultural, por meio de contratação de mão de obra técnica especializada na educação, aumento da tecnologia de produção e pesquisa e investimentos infraestruturais, para que assim haja decência e eficácia dos serviços oferecidos aos estudantes. Concomitantemente, faz-se necessário, que o poder legislativo da união, em cooperação com os microespaços de convivência - como escolas e famílias -, implementem esforços substanciais de conscientização acadêmica e popular sob a importância da escolaridade, por meio de intensas campanhas publicitárias, para que assim, construa-se uma sociedade interpenetrada pela ética e alteridade.