Título da redação:

O que a educação brasileira NÃO tem a perder: O contexto atual da educação

Tema de redação: Brasil: pátria educadora? A educação contemporânea brasileira.

Redação enviada em 19/05/2016

A educação contemporânea brasileira, em sua atual conjuntura, não está de forma alguma desvinculada do processo histórico a que o Brasil foi submetido. Por muitas décadas ou até mesmo séculos, a educação era uma forma de autoafirmação social e econômica punjantemente visível nas classes sociais mais abastadas, descendentes de povos de maioria europeia e que, de certa forma, eram politicamente dominantes na época. É indubitável que, por muito tempo, a educação ficou restringida somente aos grupos sociais que podiam adquirí-la monetariamente. Entretanto, mesmo com o passar do tempo e a evolução do sistema público de ensino no Brasil, nota-se ainda uma disparidade considerada quando tomamos como referencial o sistema de ensino privado, configurando um quadro diagnóstico que elucida a preponderância da monetarização da educação. É nesse sentido que medidas devem ser tomadas para a atenuação dessa diferença, com melhorias na educação pública e investimento massivo nesse setor carente de iniciativas. Ao referirmos que a educação no âmbito público é carente de iniciativas, é importante saber que esse fato não é devido ao descaso total do governo para com ela. É sabido que grandes esforços vêm sendo empregados de forma conjunta com o objetivo de minimizar os obstáculos impostos à educação na rede pública e, dessa forma, aprimorá-la linearmente. Todavia, tudo isso é deixado em segundo plano. Ultimamente, o governo brasileiro está dando preferência ao sistema de cotas em detrimento de uma educação de qualidade e sólida, seja ela a nível básico, fundamental ou médio. É óbvio que o sistema de cotas é importante, pois dá a oportunidade de pessoas egressas de escolas públicas conseguirem vagas em universidades. Porém, esse é o discurso utilizado pelo governo para, através de um ensino público caótico, enviar pessoas oriundas de escolas públicas que, em sua maioria, são muito desqualificadas, para as universidades, com o fim de que estas "consertem" essas pessoas e que o Estado poupe dinheiro, que deveria ser investido na educação, para posterior utilização para outros fins. Reconhecer que muita coisa já foi feita para melhorar a educação é essencial, porém não é o suficiente. Na verdade, devemos nos ater a propostas que sejam, de fato, úteis para o progresso educacional. Faz-se necessário e salutar o direcionamento de egressos de escolas públicas para centros de capacitação técnica para serem mais competitivos e compensar o déficit educacional inerente do processo histórico brasileiro. Cabe também ao Estado, ao Governo Federal, ao Ministério da Educação e ao terceiro setor promoverem medidas como feiras educacionais do conhecimento, programas de orientação vocacional e interatividade interdisciplinar estudantil, de forma que o estudante não se concentre a apenas uma disciplina, projetos de desenvolvimento técnico-científico, dentre outros. Há diversas formas de colaborar com a educação pública de maneira a aprimorar-se cada vez mais. Para isso, basta união das partes e interesses de mudança nesse setor, que levará, posteriormente, a tão sonhada mitigação da disparidade educacional no Brasil.