A educação constitui um instrumento indispensável para garantir o exercício da cidadania. O Governo brasileiro, a partir do ano de 2015, definiu como lema: "Brasil, pátria educadora". Todavia, as péssimas condições de infraestrutura física e pedagógica, a desvalorização salarial do corpo docente e uma sequência de cortes em investimentos para o setor, demonstra a necessidade de elaboração de projetos que legitimem tal lema. Primeiramente, é importante ressaltar que, no que tange à educação pública, é fundamental um olhar mais atento às condições vigentes no âmbito infanto-juvenil. A falta de materiais escolares, alimentação precária, prédios mal conservados e ambiente pouco estimulante, são aspectos do cotidiano escolar de crianças e jovens por todo o Brasil. Dessa maneira, fica evidente que o ambiente não é propício para a formação de estudantes qualificados e, consequentemente, implicará em futuros profissionais despreparados. Ademais, a desvalorização do corpo docente acarreta em educadores desestimulados - o que agrava ainda mais a situação. O raciocínio é simples, com a padronização de um piso salarial condizente com a profissão, haverá maior valorização dos cursos de licenciatura, tornando o ambiente mais competitivo, o que gera, por conseguinte, uma maior oferta de profissionais qualificados e motivados. Mas para que isso possa se concretizar, é necessário um maior volume de recursos para a educação (o que não vem acontecendo atualmente). Ante o exposto, ressalta-se que a proposta de uma "pátria educadora" é válida e virtuosa. No entanto, para que o objetivo possa ser alcançado, são necessários reparos e acréscimos na estruturação desse projeto. Ao Governo, cabe uma mudança de postura quanto aos investimentos, devendo se adequar às metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que almeja alcançar 10% do PIB. A escola pode desenvolver projetos de capacitação dos profissionais (com palestras, cursos, dinâmicas) em parceria com os alunos. E a família deve conscientizar-se de seu relevante papel como educadora. A "pátria" corresponde à sociedade brasileira, e essa só haverá de ser "educadora" quando todos se tornarem coadjuvantes desse projeto.