Durante o século XIX, o Japão passou por intensas mudanças educacionais, tecnológicas e políticas que caracterizam um período denominado Era Meiji. Este ciclo foi responsável pela completa mudança na estrutura social deste povo levando os Japoneses de dominados a dominadores em menos de um século. Um fator essencial foi a disciplina e o excelente sistema educacional nipônico, os quais serviram de base para o sucesso desta revolução. Este é um dos exemplos onde o conhecimento mudou todo o curso de uma sociedade, entretanto em território nacional a educação é negligenciada por diversas camadas sociais. Os problemas educacionais brasileiros estão desde ações do Governo até a incompreensão da população sobre a importância da didática. O desinteresse dos políticos sobre a criação e fortalecimento de políticas que visem à formação educacional da população se deve ao fato de que investimentos nessa área não costumam servir para aumentar o seu “curral eleitoral”. Baseado nisto, muitos governantes lutam por infraestrutura, segurança, programas sociais e lazer, enquanto poucos dedicam seus cargos à construção de uma sociedade mais bem formada e informada. Para tentar resolver em parte este problema, foi criada pelo Governo Federal a lei de cotas, a qual reserva 50% das vagas em universidades federais a alunos oriundos de escola pública; este sistema tem data de verificação marcada, entretanto nada vem sendo feito para que estas possam ser abolidas. O que se percebe são escolas públicas cada vez mais sucateadas, professores desmotivados com baixa remuneração e turmas cada vez mais indisciplinadas e alunos desinteressados que já saem de casa contando os minutos para voltar. Em suma, infere-se que para mudarmos este triste cenário é necessário uma mudança cultural que deve ser encabeçada pelo governo. A União, que é a que possui maiores recursos econômicos, deve tomar para si a responsabilidade pelo ensino básico garantido melhor infraestrutura e melhores salários para docentes, o que já é observado em Institutos Federais. Incluso a essas medidas, deve ser ofertada instrução continuada a professores para que estes possam criar habilidade para desenvolver aulas mais dinâmicas motivando seus alunos para que estes entendam que estudar não é chato, e sim um caminho para uma vida com perspectivas melhores. Pois de fato, é como dizia Paulo Freire “se a educação sozinha não muda uma sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.