A promulgação da Lei Eusébio de Queiroz em 1850 pôs fim ao tráfico negreiro e contribuiu para a entrada de milhares de imigrantes no Brasil. Tal fato foi apenas a gênese de imigração de um país que ostenta um ritmo econômico acentuado e detém os principais recursos naturais — minérios e as bacias hidrográficas — necessários ao desenvolvimento de uma nação. São esses os principais atrativos que tornam o Brasil ponto de convergência de mão de obra no cenário mundial. No entanto, estabelecer condições de trabalho e de moradia, bem como, integrar esses imigrantes a sociedade brasileira é o desafio que traz a imigração. "O Brasil é o país do futuro, sempre". Essa frase de Millôr Fernandes ilustra bem a significância da terra tupiniquim para os imigrantes, que atraídos por inúmeros ofertas de emprego desembarcam na nação dos sonhos. Todavia, nota-se nesses trabalhos, condições sub-humanas e a mínima segurança para o profissional. São por vezes esses trabalhadores que submetem-se aos encargos renegados pela mão de obra brasileira. Tais aspectos negativos inferem o descaso do Estado para com os novos profissionais imigrantes, omitindo-se de quaisquer problemas. Nesse contexto as condições de moradia e o acolhimento da sociedade brasileira são fatores que limitam a estadia dos imigrantes. Tem-se à exemplo o cenário dos haitianos que vivem no Acre: dormem amontoados e se alimentam poucas vezes ao dia, além do banho ser uma regalia e a xenofobia algo presente. Essas características supracitadas, estabelecem ao imigrante um sentimento de exclusão e distanciamento da comunidade brasileira, que até a morte de Sergio Buarque era cordial. Posto isso, percebe-se que a imigração é um fato consumado no Brasil, principalmente no século XXI e que se perpetuará por um longo período, mesmo nas incorretas condições de estadia. Cabe ao Estado, portanto, a obrigação de assegurar as circunstâncias necessárias ao trabalho e a moradia. Para isso, um incentivo financeiro as empresas que contratarem imigrantes é válido, além da criação de um órgão que regule todas as incógnitas que envolvem a convivência desses novos trabalhadores. Ademais, a participação da sociedade brasileira é fundamental para a integração desses indivíduos, devendo agir com olhar de semelhança e não de repulsão ou competição.