O número de brasileiros que teve contato com um livro nos últimos anos é baixíssimo. Os grandes responsáveis por esse cenário são o sistema pedagógico do país e a triste realidade material de nossas escolas e professores. Não só há uma falta de incentivo, mas pode até se falar em desincentivo à leitura. O Brasil possui um baixíssimo nível médio de escolaridade e um alto nível de analfabetismo funcional. Escolas sucateadas, professores mal pagos e superlotações, todos eles contribuem para que o estudante de escola pública deseje evitar aquele ambiente a qualquer custo. Além da péssima qualidade material, na grande maioria dos casos, o único contato que o jovem brasileiro tem com a leitura nas escolas é através dos livros obrigatórios de grandes vestibulares. Não é uma realidade desejável conectar, na cabeça de uma criança, leitura a uma prova ou nota. A leitura deveria ser vinculada a algo agradável e prazeroso, mas como a criança não enxerga essa realidade nem em seus pais e nem no ambiente escolar, não se sente atraída pela leitura. Para melhorar essa realidade, os governos estaduais e municipais devem empenhar mais recursos para a educação, melhorando a infra estrutura e a remuneração dos educadores. Nosso sistema de incentivo à leitura nas escolas deveria também ser repensado, tanto pelo ministério da educação como por organizações civis.