É inegável que não exista o hábito de leitura entre a maioria dos brasileiros. Porém, faz-se necessário avaliar o histórico social e cultural que acarreta tais consequências. A aceleração do mundo moderno, proveniente do sistema político-econômico e a educação base defasada podem estar entre as principais causas. De certo, o capitalismo forja uma sociedade acelerada, com um fluxo de informações essenciais de fácil absortividade, ora, modelo de fluidez já criticado pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Eventualmente, faz-se necessário otimizar o tempo útil e, por consequência, livros técnicos são trocados por vídeo-aulas e os com caráter de entretenimento são modelados em forma de longa metragem. Cria-se, indubitavelmente, uma sociedade procrastinadora aos hábitos da leitura, evidenciando o analfabetismo funcional. Em segunda análise, inegavelmente, torna-se necessária uma mudança no modelo básico de educação. Apesar de estarmos vivenciando a Terceira Revolução Industrial, adotamos como modelo educacional um sistema datado do século XVIII. Ademais, a inclusão da leitura em sala de aula não é feita de forma efetiva e inclusiva. Não há atualizações na bibliografia dos currículos escolares, tornando o hábito cansativo e com leituras arcaicas e desinteressantes para o jovem. Em suma, cabe ao Estado gerenciar reformas no modelo educacional, adotando como base países com resultados acadêmicos expressivos e respeitando as nossas diferenças culturais. A efetivação do Estado de bem-estar social, defendida por John Maynard Keynes, em que há um padrão social mínimo, principalmente educacionalmente, entre todas as camadas da sociedade, também poderá solucionar a aceleração de nossa sociedade, fazendo com que ao longo prazo moldemos essa convenção.