Segundo Aristóteles, a educação, apesar de ter raízes amargas, produz frutos doces. Por conseguinte, fica perceptível que o contato inicial com a busca pelo saber, ao promover certo desconforto, faz com que muitos brasileiros não deem valor a algo tão importante. Portanto, é visível que a ausência de obras literárias nas cabeceiras do cidadão não é causada somente pela ausência de investimentos, mas também de interesse. Em primeiro lugar, cabe levar em conta alguns fatores que distanciam o povo, do saber. Com grandes nomes da literatura, como Machado de Assis, Lima Barreto e Eça de Queirós, é lamentável que o número de leitores ativos em território nacional seja tão baixo. Isso, por sua vez, se dá pela valorização demasiada de mão-de-obra especializada, ainda muito em vigor, que inibe a criação de perspectivas que levem os estudantes além do nível médio de ensino. Sob esse ótica, muitos adolescentes buscam somente "passar de ano", sem se dar conta da necessidade de sua formação como indivíduo. Em segundo lugar, é importante ressaltar a grande desvalorização que a leitura na infância sofre em dias atuais. Além de fazer paródias infantis de "O mito da caverna" de Platão, Maurício de Souza, por meio de seus gibis, contribuiu para a formação de muitos. Contudo, o advento de novas mídias digitais, somado à hipervalorização do hedonismo, tem afastado as crianças dessa realidade. Por tal motivo, têm-se visto cada vez mais smarthphones e menos histórias nas mãos dos jovens, que, por conta disso, não são bem estimulados em uma fase onde a construção dos valores se faz muito presente. Desse modo, é fundamental que seja levado, pelo Ministério da Educação, a consciência do poder de transformação que há em ler, para que formem-se pessoas mais críticas, conscientes e solidárias, capazes de tornar o país um lugar melhor. Outrossim, a família, pode mostrar para suas crias a grande função lúdica presente nos livros, como forma de despertar o interesse dos pequenos, afastando-os do "YouTube" e contribuindo para que possam descobrir a si mesmos e ao mundo. Dessa maneira, todos irão perceber que a amargura é breve, mas o sabor da colheita é duradouro.