Título da redação:

ANALFABETISMO FUNCIONAL

Tema de redação: Atual cenário da leitura no Brasil: realidade favorável ou falta incentivo?

Redação enviada em 27/03/2017

A música "orara analfabeta" do compositor Jards Macalé desperta uma séria reflexão acerca de uma vergonha problemática vivenciada no Brasil: o analfabetismo funcional. Tal flagelo social, basicamente resultante da " educação bancária" praticada no país, para além de comprometer o progresso econômico-social, ainda reproduz a marginalidade de um largo estrato da população, subtraindo-lhe, a dignidade humana. Antes de tudo, é crucial sinalizar que o tradicional modelo predominantemente apregoado pelo sistema educacional brasileiro corrobora a formação de futuros analfabetos funcionais, haja vista o aluno ser, com frequência , tratado como mero receptor do conhecimento, uma denúncia muito sinalizada pelo célebre Paulo Freire no livro "Pedagogia do Oprimido". E decorrência disso, milhões de cidadãos passam a constituir uma mão de obra deveras desqualificada - sem habilidades relacionadas ao pensamento analítico e a cálculos básicos - um antagonismo frente à crescente exigência do competitivo mercado de trabalho. Trata-se, pois, de um grave retrocesso para a nação, em especial, no âmbito da profissionalização. Soma-se a essa grave realidade o dado do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional em 2014: 75% dos brasileiros são vitimados pela incapacitação instrucional. Notoriamente, tamanho descalabro cerceia o domínio de mecanismos tecnológicos, bem como colabora para a incidência de acidentes de trabalho, uma vez que afligidos pouco entendem códigos de segurança, e pior: potencializa entraves mais severos . Exemplifiquem-se os empregos informais mal remunerados e a própria mácula do desemprego. A gravidade dessa desmoralização encontra-se bem completada no filme "Central do Brasil", no qual são retratadas a brutal exclusão social e a afronta à integridade humana, consequentes, sobretudo, da condição analfabeta em que vive a população socialmente desfavorecida. Em face dessa lamentável conjuntura, urge, por conseguinte, gestores escolares promoverem uma sólida reprogramação educacional, utilizando-se de mudanças curriculares, projetos, ou cursos capazes de especializarem professores e pedagogos em busca de uma educação como prática libertadora, além de desenvolvimento de um eficiente método para transformar os alunos em agentes ativos do conhecimento, outra aposta válida consiste em empresas viabilizarem cursos de linguagens e raciocínio lógico. com o intento de ampliar a aptidão e a competência dos funcionários em relação a segurança ao entendimento financeiro e a profissionalização mais cidadã. Dessa forma, será possível atenuar a propagação do analfabetismo funcional no Brasil.