Atualmente, no Brasil, o número de leitores é consideravelmente baixo, não chegando à metade da população brasileira e as explicações para tão pequeno número variam de acordo com a visão analisada: pode ser culpa do governo, dos professores, ou do “mal” da tecnologia. “Falta investimento do governo”, “falta interesse na educação brasileira” são argumentos usados pelos educadores, o que de certa forma é verdade. Não é difícil encontrar, em nosso país, uma escola com má estruturação, em que falte material didático ou até profissionais qualificados para a profissão de ensinar. Há também o fato de que os professores, que têm tanta importância quanto um médico ou um engenheiro, estão desvalorizados. Não só aqueles que já se formaram, como os que ainda cursam a faculdade. Existem casos em que as pessoas não dão a importância necessária à uma tese ou a um planejamento do curso de pedagogia quanto dariam se estivessem cursando medicina. Outra razão para grande parte dos brasileiros não terem tanto interesse em ler um livro, quanto em usar uma rede social, é justamente a presença da tecnologia em cada e todo lugar possível. O uso constante de aparelhos eletrônicos deixa, não somente o jovem, mas maioria da população “sem tempo” para abrir um livro. Não necessariamente um livro com capa e folhas, pois com o desenvolvimento da tecnologia, é possível ler um livro sem precisar ir à biblioteca municipal, usando apenas um smartphone. Contudo, não é o suficiente para mudar o objetivo de alguém de “ter duzentas curtidas em uma foto no Facebook em dois dias” para “ler um livro de duzentas páginas em dois dias”. Para que os 70% que não leram sequer um livro em 2014, se igualem aos 30% de leitores, o governo deveria se importar mais com educação e com a forma que ela é concedida aos alunos, assim como deve haver uma conscientização do valor de uma das profissões mais importantes para a formação de uma pessoa: professor. Quanto ao uso excessivo de internet, o problema deve ser resolvido, inicialmente, em casa, com um controle de uso, e com um começo, devagar, do gosto pela leitura, com livros que te interessam, à livros mais complexos. Um exemplo, para os jovens, seria começar com John Green, e aos poucos, passar para Carlos Drummond de Andrade. Afinal, o cenário da leitura no Brasil é uma realidade, mas que tem uma solução que pode ser eficaz se a população tirar os olhos de seus celulares para se ver que a leitura real está ficando perdida no tempo.