A história brasileira é marcada por medidas temporárias. Desde a escravidão até as políticas públicas de incentivo ao ensino superior, nenhum problema foi realmente resolvido. Por mais que as cotas sejam fortemente rebatidas, no contexto atual elas são necessárias. Ações afirmativas são uma indenização tardia à população negra que foi escravizada e saiu sem ambições do processo abolicionista. Assim, como o PROUNI e o REUNI, são programas importantes e tem seu papel na garantia de uma vaga no ensino superior a grande parte da população. Estabelecido tal reconhecimento, pode-se dizer que, ainda assim, essas três medidas são provisórias. O aluno negro e pobre ao entrar na faculdade, não tem previsão da conclusão de seu curso. Isso se dá pelo fato de todas essas políticas públicas garantirem apenas o acesso e não a manutenção desses alunos na universidade. Administrar faculdade, trabalho, casa, despesas e vida social é quase impossível. Quando um estudante de um curso integral consegue um emprego, é em condições sub-humanas, altamente marginalizadas. As políticas de incentivo não querem manter o aluno na universidade, mas sim transformá-los em estatística, na entrada. Sendo assim, o dinheiro gasto pelo governo com as instituições privadas pelo PROUNI deve ser redirecionado a bolsas que mantenham o aluno no ensino superior público. Investimentos em qualidade de ensino e infraestrutura são mais importantes que a ampliação negligente de polos universitários. A pátria educadora que tanto cede às empresas e faz cortes na educação deve traças novas diretrizes e garantir toda instância de ensino.