Como num país miscigenado, há cerca de dezenove anos atrás 96% dos jovens brasileiros, que cursavam ou eram concluintes do ensino superior eram brancos? No Brasil, as politicas públicas voltadas ao meio acadêmico tardaram a serem efetivadas e carece do suporte de outras questões inter-relacionadas ao contexto. Em contrapartida, hoje percebe-se a efetivação de um dos pilares democráticos - a alteridade. Isso acontece, pois eliminar as desigualdades acumuladas é uma dívida do sistema. Essa condição fica evidente com a perpetuação da superioridade do homem branco e os resquícios da escravidão ainda presentes na modernidade. À vista disso, o governo investe em projetos sociais, que incentivem a formação superior, já que, coloca-se no lugar do outro por ser consciente do ranço histórico. Não obstante, tais políticas, no geral, não são efetivas devido a formação da organização social. Dado que a baixa qualidade da educação básica e o encarecimento do custo de vida são obstáculos para se ingressar na formação superior e se beneficiar com os incetivos governamentais. Isso se torna visível na disputa acirrada dos alunos das redes públicas e privadas, mesmo com as cotas e na desistência dos futuros bacharéis, devido ao custo da manutenção. Por conseguinte, mesmo com o SISU e o FIES, as particularidades de um determinado grupo não são atendidas, já que, o pré e o pós ingresso universitário não fazem parte dos planejamentos. Se forem implementadas isoladamente as politicas governamentais não serão efetivas, conforme mencionado, pois o suporte de outros agentes sociais são fundamentais. Tal conjuntura poderá ser resolvida com a reforma educacional, por parte da escola, implementando um modelo interdisciplinar diferente do tradicional, proporcionando, assim, uma maior preparação dos alunos para aproveitar tais políticas. Por fim o auxilio financeiro do governo dos estados, através de uma maior disponibilidade das bolsas universitárias, para os estudantes de baixa renda, a fim de subsidiar gastos indispensáveis a sua formação.