Extremamente miscigenado, o Brasil também caracteriza-se pela desigualdade entre as diferentes classes e etnias desde o seu descobrimento nos anos 1500. Enquanto brancos e ricos adentravam em universidades, negros e pobres viviam em condições precárias de existência e nativos indígenas enfrentavam a desaculturação e perda de suas terras. Visando trazer um sentido de equidade para a nação brasileira, foram criadas, no início do século XXI, as ações afirmativas relacionadas à educação superior, tanto no que tange ao ingresso quanto no âmbito da permanência. A princípio, é indubitável que os vestibulares, nos moldes em que são aplicados, favorecem aqueles com melhor ensino básico. Causa-se, portanto, detrimento aos indivíduos menos privilegiados, resultando em menores índices dos mesmos em universidades, fato explicitado nas pesquisas realizadas pelo Ministério da Educação. Em contraponto a isso, as ações governamentais popularmente conhecidas como cotas garantem que parcela significativa das vagas seja destinada ao contingente populacional atual e historicamente menosprezado. Outrossim, sabe-se que o ingresso em uma universidade constitui-se como o início do processo de formação profissional. Ademais, a permanência em Instituições de Ensino Superior deve ser fomentada, evitando a evasão decorrente de questões básicas de sobrevivência. Para tanto, as Casas do Estudante e os Restaurantes Universitários, assim como demais ações – dentre as quais destacam-se o auxílio transporte e material pedagógico –, tornam-se essenciais para assegurar que os alunos possam dedicar-se aos estudos adequadamente. É evidente, portanto, que o contexto nacional no que tange ao incentivo à educação superior é favorável. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de expansão e aprimoramento de tais ações. Assim, cabe ao Governo Federal desenvolver as políticas públicas de maneira a potencializar as oportunidades de ingresso e as condições de permanência aos beneficiados, objetivando garantir uma formação de qualidade. Desta forma, será possível criar uma realidade diferente para as gerações futuras que, vivendo em situação de maior equidade, não mais precisarão do apoio de tais ações afirmativas.