Bolsa integral, financiamento, cotas raciais. Esses são alguns dos programas federais que visam aumentar o ingresso no ensino superior. De modo que são medidas bem recentes, ainda, precisam de tempo para reverter um processo histórico que excluiu a maior parte da população de acessar um ensino de qualidade; basta lembrar da República Velha, quando as pessoas viviam numa cidadania controlada pelas grandes oligarquias. Como a instrução do cidadão foi tão negligenciada, sendo um fator de grande importância para o desenvolvimento econômico, social e político de um território? Nesse sentido, ao dizer que “devemos tratar desigualmente os desiguais” Aristóteles evidencia que uma sociedade desleal com quem é historicamente desprivilegiado, precisa fazer uso de mecanismos para reverter tal situação. É o caso dos descendentes de negros, quilombolas e índios, todos impossibilitados historicamente de fazer uma faculdade e ter uma profissão, utilizam-se das cotas, através do SISU (Sistema de Seleção Unificada), com o intuito de ingressarem nas universidades públicas federais. Embora, fale-se que no Brasil exista um excesso de assistencialismo por parte do governo, não se pode ignorar o fato de que isso faz parte do Estado de Bem-Estar, o qual garante os direitos sociais básicos aos indivíduos. Dessa forma, ações que incentivam o ingresso nas faculdades são benéficas, pois essas pessoas que conseguem um diploma, posteriormente entram no mercado de trabalho e passam a mover a economia, produzindo e comprando. Torna-se necessário, portanto, o aprimoramento e continuação dessas políticas de incentivo à entrada no ensino superior. Para isso, o poder Legislativo deve não só fiscalizar, como também melhorar os pontos falhos desses programas, através de debates com a comunidade estudantil. E juntamente com o Ministério da Educação incentivar, com mais afinco, as políticas, principalmente nas camadas menos desfavorecidas, esclarecendo as dúvidas para um melhor uso.