Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As políticas públicas de incentivo à educação superior no contexto nacional

Redação enviada em 16/10/2016

A difusão da miscigenação como identidade brasileira só foi vista de forma positiva a partir da década de 1930, com a concepção de Democracia Racial de Gilberto Freyre. Anteriormente a isso, o Brasil segregou os privilégios sociais aos brancos por mais de quatro séculos. Nesse contexto, as políticas de ações afirmativas para o ingresso no ensino superior servem como ferramenta de desconstrução desta herança histórica. Entretanto, é fruto de debates e descontentamentos por parte da sociedade. Em primeiro lugar, é histórica a marginalização na qual são impostas as classes mais carentes. Durante o governo de Rodrigues Alves, as famílias pobres e negras foram expulsas do centro do Rio de Janeiro, em uma tentativa de “melhorar a imagem da capital”, o que as levou a ocuparem os morros e periferias, dificultando o acesso aos locais de ensino e trabalho. Da mesma forma, nas primeiras décadas do século XX, foi escancarada a política de branqueamento do país ao fomentar a vinda de trabalhadores europeus para as lavouras de café, em detrimento do negro recém liberto. Essas políticas construíram dificuldades para negros, mestiços e indígenas se integrarem à sociedade e desfrutarem dos seus direitos básicos, como a educação. Em segundo lugar, parte da sociedade discorda das recentes instalações das Leis de Cotas. Conforme um pensamento liberal, em um Estado, as oportunidades devem ser iguais a todos. No entanto, a realidade é diferente. Pesquisas feitas pelo Data Folha revelam que 8% dos estudantes universitários são negros, ao passo que a sociedade brasileira é formada por 52% de pardos e negros. Essa estatística demonstra que, apesar de o Brasil ser de caráter liberal, as oportunidades são segregadoras. Tendo em vista este aspecto, o preceito das cotas raciais pretende tornar igualitário o acesso ao ensino superior. Tendo por base os argumentos apresentados, a democracia racial deve ser alcançada por intermédio da educação. Por conseguinte, o Ministério da Educação deve expor, através da mídia, dados que demonstrem os avanços da inclusão por meio das cotas. Ademais, cabe ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome- responsável por medidas de integração- custear despesas referentes ao ensino público superior às famílias historicamente desamparadas pelo Estado. Por fim, as escolas devem promover palestras sobre a função das cotas raciais e sociais, e apresentar os dados históricos da desigualdade no país para que as futuras gerações não precisem recorrer às ações afirmativas para igualarem seus direitos.