Título da redação:

O folclore da meritocracia

Tema de redação: As políticas públicas de incentivo à educação superior no contexto nacional

Redação enviada em 26/09/2017

No sistema capitalista, para viver, por vezes, é necessário fazer uma analogia à seleção natural proposta por Darwin, afinal, sobrevive o mais bem qualificado. No Brasil contemporâneo, para amenizar os déficits na educação pública, foram criadas políticas de incentivo ao ingresso às universidades. Num país em que, além da existência de disparidades marcantes entre o público e o privado, esquece-se, ainda, da diferença entre igualdade e equidade, ou seja, justiça. Bem antes do Brasil ser chamado dessa forma, os nativos viveram sem, necessariamente, uma estrutura de poder existente dentro ou fora das tribos, já com a chegada dos portugueses e, consequentemente, a colonização, deu-se início as desigualdades sociais no território. Embora a Lei Áurea tenha sido assinada há mais de cem anos, é notória a influência histórica dos 300 anos de escravidão, prova disso é que, segundo pesquisas do MEC, em 1997, era abaixo o índice de negros e pardos dentro do ensino superior público. Cenário esse, mudado, apesar de forma lenta e gradual, com as cotas raciais e sociais. Ademais, é válido pontuar que, tais políticas são medidas a curto prazo, já a longo, é imprescindível uma reformulação em todo ensino coletivo. A educação brasileira, fora arcaica ao estimular a repetição e dar manutenção as estruturas de poder dentro do próprio âmbito educacional, ainda conta com uma infraestrutura precária. Por mais que se discuta reformas no ensino, o problema, em muitos casos, é iniciado desde a base, com as creches municipais. A falta de comprometimento do Poder Público em, não somente investir mais nas escolas públicas, assim como assegurar educação de qualidade, desde a base, corrobora decisivamente nas disparidades observadas no ingresso às universidades. Torna-se necessário, portanto, o Estado, além de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, garantir equidade até que a igualdade seja efetivada. Para isso, é preciso, fora dar continuidade nas cotas, haver maior investimento na educação, com, por exemplo, melhoria nas infraestruturas das salas, na merenda e com a criação de concursos para a contratação de novos professores. Cabe ao Ministério da Educação, ao invés de investir tanto no ensino superior privado, concentrar mais investimentos no público, a fim de, não apenas combater à precarização, mas também aumentar o número de vagas. Outrossim, ONGs e Instituições Privadas devem criar projetos com professores, sobretudo, em comunidades carentes, visando democratizar ainda mais o acesso ao ensino.