Título da redação:

COTAS PARA QUEM?

Tema de redação: As políticas públicas de incentivo à educação superior no contexto nacional

Redação enviada em 04/07/2016

A Constituição Brasileira assegura o direito à educação, sem discriminação de qualquer espécie e estabelece que é responsabilidade do Estado garanti-la. Por esse motivo, a adoção de ações afirmativas visa a inclusão de pessoas socialmente vulneráveis, que não tiveram uma educação básica de qualidade, no contexto da educação superior. Entretanto, a adoção de cotas tenta que tratar a consequência sem tratar a causa, ou seja, deixa-se de investir no ensino primário para usar as cotas como uma falsa igualdade. Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2014 o percentual de alunos pretos, pardos e de baixa renda na universidade era de 45,5%, enquanto em 2004 esse número não chegava a 20%. Esse aumento nas estatísticas é consequência da criação de programas de incentivo à graduação, como por exemplo o Sisu, o ProUni e o FIES, que ofereceram a possibilidade de especialização, em faculdades públicas e privadas, para milhões de brasileiros. Todavia, por mais que as cotas tenham sido criadas para beneficiar a população, ainda há resistência com sua implementação. Percebe-se que as ações afirmativas tem servido de máscara para a educação básica. É muito mais viável para os governantes oferecer vagas exclusivas para estudantes de escola pública - a qual possui grandes déficits quanto ao ensino - do que intervir em um sistema educacional corrompido há décadas. Além disso, o sistema de cotas raciais demonstra uma relativa discriminação. Se o objetivo é acabar com a segregação, oferecer privilégios a grupos específicos significa identifica-los como menos capazes sustentando, ainda sim a apartação. Por esse motivo, países, como os Estados Unidos, aboliram as cotas raciais com a afirmação de que ela em nada contribui para igualdade, mas intensifica o preconceito. Nota-se então que é necessário o investimento público nas escolas de ensino básico, para oferecer o suporte necessário para o ensino superior. Professores bem qualificados e material didático de qualidade são essenciais para a formação primária. Sendo assim, o Brasil teria mais mão de obra qualificada e o medicação eficiente e exemplar.