A desigualdade social na sociedade brasileira deriva de uma abolição da escravidão sem o amparo necessário aos então recém libertos. A baixa quantidade de pardos e negros em posições de destaque, em altos cargos e universidades demonstra esse fato. E durante um longo período o Brasil eximiu-se de sua dívida com essa parcela da população. Porém nos últimos 15 anos algumas ações vem sendo tomadas a fim de amenizar, e no futuro erradicar, essa discrepância. Uma dessas ações são as cotas raciais, em que quase metade das vagas são reservadas a negros de baixa renda. Além disso, a criação do Sistema de Seleção Unificada ( SISU ), criada pelo Ministério da Educação, que seleciona candidatos para universidades federais, possui cota para indígenas, para quaisquer pessoas de baixa renda, pessoas de determinadas regiões muito pobres, etc. E apesar de opositores a essas medidas afirmarem que a qualidade do ensino cairia, a realidade é que os cotistas não só acompanham o desemprenho dos demais estudantes como também reprovam e desistem menos dos cursos. É evidente, portanto, que essas ações afirmativas apresentam resultados positivos. Entretanto cabe olhar um pouco mais profundamente e melhorar a qualidade do ensino público, desde o nível fundamental ao médio, até que essas medidas de integração tornem-se desnecessárias. Essa melhora deverá ocorrer de nível municipal a federal, com melhores salários aos docentes, investimentos em infraestrutura e até assistência social às famílias que necessitem. Sendo assim, quando não houver mais um abismo entre o ensino público e o particular poderá se dizer que o incentivo e ingresso ao ensino superior são justos.