Em 1997 o baixo índice de negros e pardos que cursavam ou já haviam concluído um curso de graduação no Brasil demonstrou que medidas drásticas deveriam ser tomadas, visto que grande parte da população brasileira é negra ou parda. E a solução encontrada foi a criação dos sistemas de cotas, que abrange não somente cotas raciais, como também, cotas que beneficiam os alunos de renda bruta familiar baixa e de escolas públicas. Doze anos se passaram desde a adoção do sistema de cotas pela UnB (Universidade de Brasília), a qual foi à primeira universidade a aderir ao sistema. Nesses doze anos inúmeras faculdades adotaram o sistema de cotas. E graças a essa adesão, o número de negros, pardos, indígenas e alunos vindos de escola pública cursando uma graduação no Brasil aumentou significantemente. Os outros programas de incentivo à educação, como SISU, PROUNI e FIES, facilitaram o acesso as faculdades. Visto que para conseguir uma vaga na faculdade por meio do SISU ou PROUNI, basta ter feito o ENEM do ano anterior, o que de fato auxilia tanto no processo de seleção, como também na possibilidade de concorrer a vagas nas mais variadas faculdades não apenas do Brasil como também de outros países como Portugal, sem ter que ir em cada uma dessas instituições prestar o vestibular. Está claro que o sistema de cotas abre inúmeras portas para os que foram prejudicados no passado durante todo o processo de colonização do Brasil. Entretanto essa medida deveria ser apenas provisória. Visto que o sistema de cotas apenas reforça a má qualidade do ensino público, e o racismo que está presente no país desde muitos anos. A solução não está em facilitar a entrada de cidadãos prejudicados na faculdade, mas sim em igualar a educação deles aos que desde o principio tiveram educação de qualidade, e por isso conquistam vagas na melhores faculdades nos cursos mais concorridos. Diante dos fatos apresentados fica claro que a resposta está na melhoria da educação. O Brasil se auto-intitula uma pátria educadora. Logo seus maiores investimentos deveriam estar na educação. Pois só ela é capaz de mudar a realidade em que vivemos. A citação de um autor desconhecido cabe perfeitamente na situação apresentada: “Quando se nasce pobre, ser estudioso é o maior ato de rebeldia contra o sistema...” A solução sem sombra de dúvidas está na educação, apenas através dela será possível viver em um país mais justo e rico. Para alcançar melhorias no sistema educacional, inúmeras medidas devem ser tomadas. Primeiramente garantir que todos os brasileiros tenham acesso à educação, por meio de construção de novas escolas, e com investimentos que auxiliem o transporte de alunos que por sua vez estão distantes dessas escolas. Investir na formação de profissionais da educação torna-se necessário, visto que com a formação de bons profissionais teremos bons alunos. Valorizar estes profissionais da educação é também de extrema importância, e para isso é preciso um aumento de seus salários, e também a divulgação por meio da mídia, de campanhas financiadas pelo governo que demonstrem a importância desses profissionais na construção de uma sociedade melhor. Outra medida importante a ser tomada, é o aumento de vagas nas universidades. Para isso é necessário não apenas o aumento do numero de vagas apenas nas faculdades já existente, como também a abertura de novas universidades. Em relação aos programas de acesso à faculdade como PROUNI, SISU, eles deverão continuar existindo pelo fato de darem acesso as universidades através de uma única prova, que é o ENEM. Mas deverão conceder vagas sem distinguir raça ou condição social. O FIES também deve ser mantido visto que muitos alunos encontram nesse programa uma boa maneira de financiar seus estudos de forma fácil, por permitir que ao beneficiado que comece a pagar sua divida depois de formado. Dessa maneira, será possível alcançar uma educação de qualidade, e todo o sistema de cotas poderá ser então abandonado, visto que abrindo mais vagas em cursos superiores, aprimorando os sistemas de seleção, fazendo melhorias e investindo de forma intensa no ensino público os alunos beneficiados tanto por cotas sociais como raciais se igualarão aos que nasceram em berço de ouro e tiveram educação de qualidade desde a tenra idade.