No Brasil, uma sociedade construída nos princípios da exploração colonialista europeia, a desigualdade tornou-se ampla nos âmbitos sociais, econômicos e políticos. A fim de remediar esse problema, criou-se ações afirmativas, as chamadas cotas, que permitiu a inserção das classes menos favorecidas ao ensino superior, sendo estas não as melhores opções, mas um processo, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente. De acordo com o poeta e estadista Victor Hugo, a primeira igualdade é a justiça, todavia, mesmo com a abolição da escravidão em 1888, nada mudou significadamente para negros e mestiços. O conhecimento e, portanto, a riqueza ainda é de detenção da minoria branca. Com a adoção de cotas, surgem meios para que haja mudanças no país, como ocorre nos Estados Unidos, onde mais da metade da população negra é de classe média, devido a adesão de ações afirmativas na educação estadunidense nos anos 60. Tais medidas abrangem, também, estudantes de escolas públicas, que vítimas de um contexto onde há professores desmotivados, infraestrutura precária, falta de merenda e até de livros, não estão preparados para concorrer, igualmente, por uma vaga nas universidades públicas. Tal fato demonstra a necessidade de cotas, além disso, evidencia que a educação básica nacional é falha, e que deve ser melhorada, para uma sociedade mais justa e igualitária. Dessa forma, afirma-se que as cotas são uma etapa necessária rumo a igualdade. Entretanto, essa igualdade deve ser contemplada por todos os indivíduos que compõem uma sociedade de forma plena. Para isso, o governo junto a empresas privadas, devem por meio de políticas e investimentos, melhorar o ensino básico, desde ao incentivo do professor a inserção da família no processo educacional, para que se faça a primeira igualdade citada por Victor Hugo, a justiça social.