Título da redação:

A educação não começa no ensino superior

Tema de redação: As políticas públicas de incentivo à educação superior no contexto nacional

Redação enviada em 23/02/2016

O antigo quadro da pequena parcela de brasileiros com ensino superior, hoje dá lugar a uma crescente massa de universitários e formandos em todo o país. Isso se deve aos grandes investimentos governamentais para a facilitação do acesso ao ensino superior, seja por meio de bolsas, financiamentos ou reserva de vaga em universidades públicas e privadas. Estes incentivos, entretanto, tentam nivelar a desigualdade socioeducativa e amenizar as falhas da educação pública, além de incentivar a criação de vagas em cursos e faculdades de qualidade duvidosa. Sendo assim, é importante salientar que esses incentivos são necessários devido à grande desigualdade existente, todavia estes incentivos atacam os efeitos mas não a raiz do problema. O sistema de cotas, por exemplo, revela que boa parte dos alunos das escolas públicas brasileiras tiveram uma educação abaixo dos padrões exigidos nos vestibulares. Ou seja, eles não foram capacitados o suficiente desde a educação básica, e isto se propagou até o ensino médio, sendo necessários incentivos para que tal aluno possa pleitear uma vaga universitária com certa igualdade em relação aos demais. Além das cotas, há também os incentivos de financiamento e bolsas, os quais aumentam a demanda no ensino privado e, com isso, o setor privado vê nisso um novo mercado consumidor promissor. E, diante desse quadro, cresce de forma desordenada o número de vagas, cursos e universidades de baixa qualidade, e que não preparam o aluno para o mercado de trabalho. Estes novas empresas atendem, como disse Marx, ao “fetichismo da mercadoria” representada pelo diploma. Há uma busca por títulos e não por conhecimento. Desta forma, o combate dos sintomas e não das causas cria novos problemas bem como mantém a desigualdade socioeducativa. Portanto, faz-se necessário uma maior fiscalização do ministério da educação nos novos cursos e faculdades, interditando os cursos e faculdades até que estes tenham padrões de qualidade para a prática do ensino. No âmbito da educação pública, um maior investimento governamental na estrutura e nos salários dos profissionais de educação, faz-se necessária para que o aluno tenham uma boa educação desde os primeiros anos de vida, e que incentivos posteriores sejam dispensáveis.