A dinâmica trabalhista brasileira está em constante atualização e reformulação. Desde a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), durando o Governo Vargas, até aos dias atuais muito se foi alterado, incluindo aspectos sobre relação empregado/empregador, diretos trabalhistas, disponibilidade de trabalho e o surgimento de novas modalidades que se adaptem ao contexto econômico e social do cidadão brasileiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o país apresenta um índice de desemprego de aproximadamente 12%, o que se traduz em mais de 13 milhões de brasileiros desempregados. Diante desse fato, parte significativa da população economicamente ativa (PEA) que não possui emprego formal se vê diante da necessidade de buscar novas formas de sustento, utilizando-se da criatividade para se integrar no mercado de trabalho como microempreendedores. Apesar de constituir uma alternativa perante ao desemprego, o ambiente do micro empreendedorismo possui altos risco e carece de investimentos, o que não se adequa à realidade de grande parte da população. Em alinhamento ao desenvolvimento tecnológico e as novas perspectivas de vida, uma outra modalidade de trabalho emergente nos últimos anos é a dos nômades digitais. A geração “millenials”, que compreende indivíduos nascidos entre as décadas de 80 e 90, são caracterizados como globais e dinâmicos, o que levou a necessidade da criação de uma categoria de trabalho que permitisse o desenvolvimento profissional e o autoconhecimento. Dessa forma, os nômades digitais configuram um grupo de profissionais que, graças à tecnologia, podem trabalhar usando a internet e o computador como ferramentas, não havendo assim a necessidade de permanência em um ambiente fixo e possibilitando a interação desses indivíduos com diferentes lugares e experiências. Para que o trabalhador brasileiro possa se integrar no mercado de trabalho, portanto, deve-se restituir o Ministério do Trabalho e esse deve oferecer condições para que, diante da indisponibilidade da de empregos formais e perante as novas configurações sociais, a população possa se sentir amparada e incentivadas em relação à possibilidade de desenvolvimento de projetos pessoais que gerem renda. Tal medida poderia acontecer por meio de investimentos em microempreendedores tal como na elaboração de projetos que aproximem os cidadãos do ambiente econômico e tecnológico. Dessa maneira, o trabalhador brasileiro poderia garantir sua autonomia financeira e, possivelmente, sua satisfação pessoal, contribuindo com a economia interna do país e podendo, inclusive, participar no processo de geração de novos empregos.