No final da Idade Média, em meados do séculos XV, a crise do sistema feudal fomentou mudanças no âmbito do trabalho. Muitos servos que antes trabalhavam nas terras dos senhores feudais, em troca de proteção, começaram a sair dos feudos em direção aos burgos para trabalhar de forma autônoma como comerciantes, dando início, dessa forma, ao sistema econômico vigente: o capitalismo. Todavia, no cenário hodierno, nota-se que transformações no modo de trabalho estão acontecendo no Brasil, haja vista as novas configurações do mercado de trabalho contemporâneo. Entretanto, é imprescindível analisar os impactos sociais e econômicos do surgimento de novos empregos e o consequente desaparecimento de outros, sendo importante encontrar subterfúgios para solucionar a problemática. Cabe pontuar, em primeiro plano, as mudanças nas configurações do mercado de trabalho como um reflexo das Revoluções Industriais. Dessarte, desde a terceira revolução industrial, a ascensão do modelo produtivo Toyotismo visando a flexibilidade da produção faz-se presente na sociedade capitalista. Nota-se essa adaptação de mercado no famoso exemplo da multinacional Fanta, empresa que produz refrigerantes cujos sabores são moldados de acordo com o gosto da população nativa, assim, como no Brasil os sucos mais ingeridos pela população são uva e laranja, a empresa Fanta vende no país refrigerantes com os respectivos sabores. Entretanto,atualmente, não só empresas, mas também os cidadãos estão adotando tais posturas "flexíveis" em busca de novos meios de trabalho, sabe-se, segundo pesquisas do IBGE que há um crescente número de brasileiros que estão deixando seus empregos com carteira assinada para trabalhar de forma autônoma, adaptando-se as mudanças do mercado de trabalho. É importante, ainda, salientar que a crise do desemprego no país - decorrente da falta de investimento governamental na economia, bem como a introdução da robótica nas industrias-, faz a população sair do estado de inércia e procurar novos meios de trabalho para sustentar-se, entretanto, algumas medidas são periculosas e tendem a levar o trabalhador à dificuldades financeiras. Logo, práticas de empreendedorismo fazem-se presentes como alternativas ao desemprego, porém nem todo empreendimento é garantia de sucesso, pois muitos não conseguem ter estrutura financeira para investir nessas, caindo novamente no cenário do desemprego. Destarte, outro impasse são os empregos com ausência da carteira assinada, pois estes são isentos de direitos trabalhistas, colocando em risco a subsistência e em alguns casos a saúde do trabalhador, infelizmente, agravando a crise no Brasil, pois, como disse o economista Adam Smith, a riqueza de uma nação é medida pela riqueza do povo, não dos seus governantes. Torna-se evidente, portanto, que a questão das novas configurações do mercado de trabalho devem ser analisadas. Compete ao Ministério do Trabalho, em parceria com os meios de comunicação em massa, criar campanhas de conscientização sobre os novos meios de trabalho, ensinando quando é o momento certo de investir nesses, de forma segura, com o escopo de evitar falências e demissões em massa, mas sim desenvolver gradualmente uma economia mais saudável e próspera, fomentando condições de vida melhor para os trabalhadores e reduzindo o desemprego. Desse modo, poderá dizer-se que o Brasil mimetiza o grande cenário expansivo do comércio feudal.