Desde a Grécia Antiga, os ensinamentos de Platão abordaram a diferença entre o "mundo sensível", que é falho, e o "mundo inteligível", que é perfeito. Desse modo, daí em diante, a sociedade ocidental passou a crer na existência de um padrão que deveria ser seguido por todos. Ademais, o advento da internet trouxe à tona a ideia de que a perfeição pode e deve ser atingida. Todavia, a tentativa dos brasileiros em atingir esse padrão é capaz de gerar sofrimento e frustrações. Em primeiro lugar, o blogueiro Mark Manson afirma que a maioria das pessoas são medianas em grande parte daquilo que fazem. Dessa forma, a noção de que todos são extraordinários, também de acordo com Manson, é errônea, uma vez que, se todas as pessoas fossem igualmente especiais, ninguém o seria. Portanto, é preciso que a população brasileira não se deixe iludir por falsas promessas de indivíduos que, nas redes sociais, sugerem projetos de busca pela perfeição. Outrossim, o conhecimento matemático adquirido pelo homem ao longo dos séculos permite concluir que, de acordo com a curva de distribuição normal, as pessoas estão estão, majoritariamente, no centro da curva. Assim, aspectos valorizados pela sociedade brasileira, como altura e inteligência, têm um valor médio e possuem um baixo desvio padrão, de tal modo que poucos estão muito distantes do valor mais recorrente. Por isso, é mister que o povo brasileiro siga o exemplo do cético René Descarte e, como ele propôs, passe a questionar tudo aquilo que aparenta ser verdadeiro. Por fim, com o intuito de estimular o ceticismo na mente do brasileiro, a fim de que ele passe a duvidar da existência de uma realidade perfeita, é preciso que o Ministério da Educação invista uma grande soma de capital na melhoria das condições do ensino médio público. Com isso, melhores professores serão contratados e o conhecimento será mais bem ensinado para os jovens estudantes. Então, as próximas gerações compartilharão a mesma ideia: a internet não é perfeita; logo, ela não tem o potencial de gerar indivíduos infalíveis.