A contemporaneidade é um período em que a sociedade do espetáculo, definido por Guy Debord, se destaca, porque a imagem torna-se um objeto de consumo e diálogo pessoal. Uma vez que as imagens podem ser facilmente distorcidas essa se transforma em um instrumento de manipulação. Nessa perspectiva, é possível perceber que as mídias sociais são ferramentas que estão atuando como impulsionadoras de uma perfeição de vida, por meio de imagens que as pessoas sempre “devem parecer” felizes. Essa idealização de vida causa vários transtornos psicossociais, tais como depressão e ansiedade. É notório que as redes sociais mudaram as relações sociais, porém também criaram um mercado de padrões a serem seguidos, do mesmo modo que as revistas e a televisão faziam nos anos 90, contudo a internet potencializou esse processo pois manipulação atingiu níveis mais próximos de cada indivíduo. A medida que as redes sociais abriram espaço para a indústria do marketing as imagens não são apenas compartilhamento de momentos, mas uma velada e, às vezes, explícita propaganda de produtos, casos como as blogueiras e outras diversas celebridades das redes sociais. De modo análogo, à caverna de Platão, os usuários estão iludidos com uma falsa realidade, é preciso sair da caverna e analisar as imagens de forma mais crítica e considerar que nem tudo que se publica é uma verdade incontestável. Uma das consequências de viver dentro da “caverna” é idealizar a vida do outro. De modo que as pessoas fiquem cada vez mais infelizes com suas próprias vidas, em casos mais graves há o desenvolvimento de doenças, como a depressão e ansiedade que se não tratadas podem culminar em suicídio. Por outro lado, para Freud essa necessidade de ser feliz bloqueia a verdadeira felicidade, dado que a cultura impõe diversas limitações, costumes, regras e modelos de vida, impossibilitando a liberdade de cada um para ser como quiser. Por conseguinte, é fundamental considerar que as mídias sociais são impulsionadoras na busca da perfeição. Dessa maneira, é essencial que escola crie fóruns de discussões, presencial e online, dentro das disciplinas de filosofia e sociologia, desenvolvendo nos alunos uma capacidade crítica sobre o mundo. Ainda assim, ONGs, em parceria com celebridades da web, podem desenvolver campanhas para mobilizar a publicação de fotos naturais e discutir sobre os padrões tentando desconstrui-los e minimizar seus impactos. O Ministério da Saúde pode ainda desenvolver campanhas para conscientizar sobre as doenças psicossociais e disponibilizar psicólogos e psiquiatras no Sistema Único de Saúde. Com medidas assim a imagem será vista de forma mais real e minimizando a manipulação.