Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 11/09/2018

O escritor Machado de Assis no conto “O espelho” narra que a importância da “alma externa”, que é ligada ao status, ao prestígio social, à imagem que os outros fazem das pessoas, se sobrepôs à importância da “alma interna”, ou seja, a nossa real personalidade. Diante disso, e com a atual influência das mídias sociais na busca desenfreada pela perfeição, observa-se que o parecer ser é mais valioso e traz mais prestígio social do que o mostrar e aceitar o que se é realmente. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade pós-moderna é caracterizada pela fluidez dos relacionamentos, o que torna algumas pessoas mais suscetíveis às influências das mídias sociais, já que os laços criados no mundo virtual, com influenciadores digitais que compartilham apenas o lado bom da vida, são mais fortes do que os físicos. Além disso, Bauman caracterizava as redes sociais como úteis, mas também como uma armadilha, tendo em vista a disputa pela exposição da melhor qualidade de vida, o que atualmente fomenta a corrida pela perfeição. Ademais, segundo Nietzsche, ser livre é viver sem influências, desprendendo-se dos moldes, lançando-se à vida com todas as suas nuances, sejam elas boas ou trágicas, ou seja, a liberdade pregada pelas redes é utópica, visto que há um padrão seguido: o de ser feliz, ou parecer feliz. Concomitante a isso, tem-se a indústria cultural promovendo padrões estéticos e sociais que são difundidos nas redes sociais, contribuindo com essa mazela da sociedade do século XXI, de suprimir as próprias vontades, sentimentos e o ser, com medo da repressão do público. Com isso, para que as mídias sociais não sejam impulsionadoras na busca pela perfeição, portanto, o Governo Federal deve criar projetos de comerciais e propagandas nas redes sociais e na televisão sobre a autoaceitação e os benefícios de lidar com os diferentes momentos que podem existir na vida, o que pode trazer experiências que irão ensinar e fazer com que haja empatia para com a vivência com os outros. Assim sendo, espera-se que o “realmente ser” sobreponha-se novamente à importância da “alma externa”.