Na mitologia, Narciso era um homem extremamente belo que, ao ver seu reflexo em um rio, encantou-se, mergulhando e se afogando. Análogo a esse conto, hoje, com o crescimento das mídias sociais e com o avanço da 4ª Revolução Industrial, muitas pessoas acessam a internet buscando uma perfeição na qual possam se espelhar, ficando, frequentemente, decepcionadas e tristes caso não consigam atingi-la. Nesse contexto, essa busca é grandemente prejudicial às pessoas, pois as iludem a um mundo, muitas vezes, inalcançável, deixando-as frutadas e propensas a desenvolver problemas psicológicos que comprometam sua saúde mental. Como escreveu Olavo Bilac, importante poeta carioca, a Beleza e a Verdade são gêmeas, dessa forma, quem expõe um falsa Beleza está, infelizmente, afastando-se da Verdade, e machucando a si mesmo. Sob esse viés, o exibicionismo da “vida ideal” nas redes, atualmente, toma o lugar de prestígio que, nos anos 30, era equivalente a possuir um automóvel, item dotado de grande admiração. Contudo, o tempo excessivo conectados à internet é um forte agravante, pois mantém a ligação direta do usuário ao “primor”, aumentando, consequentemente, o almejo pelo o que vê e reproduz. Enfim, consoante ao exposto, é dever do Ministério do Desenvolvimento Social a criação de uma campanha pública que influencie os “conectados” a se afastar de seus celulares, computadores e 'tablets' algumas horas por dia, oferecendo-os, ainda, atividades alternativas como ir ao parque, ao museu ou ao teatro, ficando distantes da parte tóxica do mundo virtual. Ainda assim, escolas e universidade têm a responsabilidade de promover debates e rodas de conversa entre estudantes, na presença de um psicólogo, com o intuito de identificar seres com problemas decorrentes da forte influência das mídias, orientando-os e auxiliando-os de modo que os afastem do mesmo que rio que engoliu Narciso.