No período da idade média, o surgimento da burguesia gerou um conflito com a nobreza que considerava que a linhagem, ou seja, a descendência seria mais importante que a fortuna, demonstrando que não importava a riqueza, mas a forma como se apresentava perante o mundo. Na sociedade contemporânea, tal atitude se modificou sem perder a essência, evidenciando que o mais importante seria como a civilização enxerga o outro nas redes sociais e não quem ele realmente é ou como se sente. É notório que com a difusão da tecnologia iniciou-se a era das “selfies”, o que resultou na criação de pessoas que não estão necessariamente bem física e psicologicamente, mas que se apresentam dessa maneira nas mídias digitais. Essa característica fez com que se iniciasse a busca pela exposição de uma vida perfeita, rodeados de companhias em locais incomuns transbordando de felicidade, e buscando transparecer aos demais esta imagem, não expondo, necessariamente, o real sentimento do indivíduo, podendo estar infeliz mesmo naquele ambiente, e influenciando a outros cidadãos a procurarem aquelas exposições criando assim um ciclo. Além disso, a busca por essa superexposição nas redes digitais faz com que a população procure cada vez mais a adaptação a este modo de viver, o que é evidenciado pela popularidade e crescimento dos aplicativos de fotos e posts como Instagram e Facebook, que na sua maioria buscam transparecer a terceiros o modelo de vida perfeito e que acaba criando uma competição dos que aderem e uma exclusão dos que se recusam a participar. Diante dos argumentos apresentados medidas devem ser tomadas para resolver o impasse. Cabe ao MEC a divulgação de propagandas nas redes sociais a fim de expor as consequências que a busca por tal modelo de vida pode acarretar além de promover palestras ministradas por psicólogos e pedagogos nas instituições de ensino, que discutam abertamente sobre os problemas que a superexposição pode causar ensinando o público a identificar e orientando a busca de um apoio daqueles que vivem essa rotina para que aprendam, com essa ajuda, a procurar a própria felicidade e não apenas a divulgação dela.