A criação de métodos de comunicação instantânea, a partir da internet, teve sua origem na segunda metade do século XIX (dezenove) e desde então vem se tornando mais sofisticada e completa. Um dos avanços dessa tecnologia foi a criação das redes sociais, lugares onde pessoas podem divulgar textos, fotos ou vídeos com qualquer outro usuário do sistema. Porém esse modelo de relacionamento imediato trouxe consigo graves problemas como a disseminação exagerada de padrões de perfeição emocionais e estéticos. Em uma primeira análise, sob a ótica comercial, a propagação de ideários estéticos é arquitetada por fabricantes de produtos estéticos a fim de ampliarem suas vendas, e consequentemente seus lucros. Dessa forma, a indústria de cosméticos investe na criação de modelos de beleza a serem alcançados pela sociedade, normalmente promovendo a associação entre a saúde e a beleza em suas propagandas. Entretanto, tal massificação da imagem do “corpo perfeito” provoca graves riscos à saúde pública, pois, segundo a OMS (organização mundial de saúde), o constante aumento no índice de depressão em mulheres no Brasil está diretamente relacionado a busca por perfeições estéticas. Em uma segunda análise, sob um olhar sociológico, a manutenção da busca pela perfeição emocional encontra na exposição virtual sua base de existência. Visto que, com o avanço tecnológico, a sociedade passou a divulgar sua vida em redes sociais, porém tal comportamento se dá de forma limitada, visto que antes de dividir algo o indivíduo busca ter certeza de que irá passar uma imagem de vida alegre e bem sucedida. Porém, tal conduta provoca, da mesma forma que a busca por padrões estéticos, um agravamento de quadros de depressão na sociedade, visto que a felicidade se tornou uma obrigação para a interação social, fato observado no aumento de crises emocionais acometendo jovens que não conseguem se enquadrar nesses padrões. Em suma, a busca pela perfeição provoca graves riscos para a população, como o aumento de quadros de depressão, que podem levar a elevadas taxas de consumo de remédios ou, em casos mais graves, suicídios. Para evitar o agravamento dessa situação medidas precisam ser tomadas com seriedade. Para prevenir o aumento de quadros depressivos cabe ao Estado promover um acompanhamento psicológico de estudantes, visto que esse é o grupo mais afetado pela busca de padrões de perfeição. Ao mesmo tempo, cabe a mídia a responsabilidade e a obrigação de realizar propagandas conscientes, demonstrando a pluralidade da beleza. Dessa forma é possível reduzir índices de depressão e eliminar da sociedade padrões inalcançáveis, permitindo uma interação de fato honesta e íntima.