Título da redação:

Os sentidos enganam

Tema de redação: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 10/09/2018

Para o filósofo Platão, existe um mundo perfeito, no qual antecede o indivíduo. Esse ideário de paraíso é uma criação comum ao longo da história pelo motivo de esquecer as mazelas do mundo através de um mundo ideal. Na contemporaneidade, com o advento da tecnologia e mídias sociais, esses padrões perfeitos refletem no meio virtual através da estética. Sobre esse tema, dois aspectos fazem-se relevantes: a razão da perpetuação de um padrão impossível de alcançar e as consequências para o indivíduo. A priori, é importante ressaltar os motivos para uma cultura da beleza estética na sociedade que se intensifica nas mídias sociais. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fator social é um ideal imposto pela sociedade ao indivíduo através da coerção social. De fato, o pensamento do autor faz-se verdade no cenário social atual e principalmente virtual, porquanto as relações dentro da internet é uma extensão utópica da sociedade, na qual a magreza e musculação são as únicas condições para a beleza. Dessa forma, devido a influência coletiva nessas redes sociais, o indivíduo segue um ideal de beleza para se encaixar no padrão da sociedade virtual. Por conseguinte, esse estágio de preocupação exacerbada com o visual trás danos ao indivíduo. O transtorno alimentar é uma consequência da tentativa de seguir o padrão estético imposto pela sociedade. Apesar de fácil tratamento, a bulimia e anorexia são doenças impulsionadas pela internet e relacionadas à depressão, ao bullying e afeta essencialmente os adolescentes, pois devido a falta de orientação, os jovens encontram na internet as receitas milagrosas como um caminho para o corpo ideal. Prova disso é a pesquisa da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, em 2014, que consta 85% dos jovens seguem um padrão de beleza. Sendo assim, fica evidente a falta de ajuda, principalmente das escolas e o acesso fácil irrestrito da internet que contribuem para um estado propício para o transtorno alimentar nos adolescentes. Urge, desse modo, uma forma de alertar e diminuir o número de doenças advindas da busca pelo corpo idealizado. Para isso, cabe ao Ministério da Educação (MEC) criar um projeto nacional nas escolas públicas de orientação alimentar e alerta para os perigos do corpo perfeito. Em função disso, é necessária uma maior distribuição de renda para as escolas (dever do MEC redirecionar verbas). Paralelamente, fazer um programa de estágio voluntário de estudantes do curso de nutrição para ensinar os alunos uma alimentação ideal. E também, cabe às escolas promover teatros, palestras e atividades extracurriculares com o interesse de alertar o perigo das doenças de transtorno alimentar.