Promulgada em 1988, a conhecida “Constituição Cidadã” garante a todos os indivíduos o direito a saúde e a uma vida digna. Todavia, a desconstrução da vida real pelas mídias sociais inviabiliza que parte da população usufrua de tais direitos constitucionais na realidade. Diante desse aspecto, uma educação despreparada, concomitante a uma busca ilusória pela perfeição criam um problema de saúde que deve ser combatido. No que tange todas as problemáticas relacionadas a sociedade, a educação — seja pela ineficiência ou inexistência dela — esta relacionada intrinsecamente. Atualmente, o Brasil sendo uma das 10 maiores economias do mundo faz-se a crer que possui uma educação compatível com seu poder econômico. Entretanto, o que se apresenta, na verdade, é um sistema inócuo, que fica evidente segundo o PISA 2015, onde o Brasil ficou na 59° posição em leitura e entre os 10 últimos em ciências e matemática. É evidente que esse sistema precário contribui para a formação de um jovem sem senso crítico e suscetível às ilusões. Além disso, é cabível enfatizar que, parafraseando o filósofo Arthur Schopenhauer, o maior erro que um homem pode cometer é sacrificar sua saúde a qualquer vantagem, em relação, as pessoas que buscam corpos perfeitos, imitando seus ideais das mídias sociais, em muitos casos dispõem seu corpo para fazer procedimentos estéticos em clínicas clandestinas, podendo sofrer sequelas e até vir a óbito. Defronte dessa conjuntura, a idealização do mundo real e a padronização da beleza, induzem a criação de um problema de saúde pública que o Estado e a sociedade devem combater veementemente. Urge, portanto, a necessidade do desmantelamento de idealismos prejudiciais. Tomando como base o pesamento do historiador Jules Michelet, um sistema de legislação é sempre impotente se, paralelamente, não se criar um sistema de educação, assim, o MEC deve introduzir nas matérias de Filosofia e Sociologia da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aulas sobre senso crítico, onde os alunos discutirão as falsas ideias de perfeição das mídias sociais, dessarte desenvolvendo um aparato cético com o fito de que não sejam iludidos. Não obstante, cabe a Polícia Civil investigar e interditar clínicas clandestinas prendendo seus responsáveis. Com essas medidas caminharemos para alcançar um dos objetivos fundamentais da nossa república, que é construir uma sociedade livre, justa e solidaria.