A criação das mídias sociais é um marco no século XXI. As relações entre pessoas, que eram anteriormente possíveis apenas de forma presencial ou por telefone, agora é facilitada por meio das redes, não sendo necessário ser nem ao menos do mesmo país ou terem se conhecido presencialmente. A tecnologia está mudando a forma como as pessoas relacionam entre si, e isso não é necessariamente bom, pois a facilidade de se fazer novas amizades é a mesma que a de desfazê-las, uma vez que números de amigos nas redes sociais se tornaram mais importantes que manter um ciclo sólido de amigos em quem possa confiar. Com as redes sociais, a necessidade por números se torna uma prioridade, e as relações se tornam superficiais, como forma de “alimentar” sua autoestima por meio de curtidas. Cria-se, deste modo, um universo completamente oposto ao da realidade, em que as pessoas tentam criar uma imagem de felicidade plena, por meio de fotos e vídeos nem sempre reais, com o propósito de atrair o olhar de pessoas que muitas vezes nem ao menos se conheceram pessoalmente. Assim, as relações se tornam um produto, pois são feitas quando convém e descartadas quando não houver mais interesses. As fotos são organizadas em posts como produtos em prateleiras, e as pessoas se tornam apenas um número, seja de curtidas, seguidores ou de amigos. A conversa deixa de ser algo essencial em uma relação humana, o que reforça a sensação de solidão e de baixa autoestima, sentimentos que o indivíduo busca superar através de mais curtidas, mais amigos e mais seguidores, formando um ciclo paradoxal, no qual quanto mais amigos nas redes sociais, mais sozinho a pessoa está. Por consequência, a sociedade se torna cada vez mais individualista, uma vez que o diálogo deixa de ser essencial nas relações. Por fim, é necessário que a sociedade repense na forma como estas relações ocorrem. Perceber que viver uma experiência positiva com pessoas que o indivíduo se sente confortável em estar perto é mais importante que tentar passar uma imagem irreal de uma vida de felicidade plena, para pessoas na qual muitas das vezes ela não terá uma interação significativa. E para isso, é necessário a percepção coletiva de que todos têm seus momentos de felicidade e de tristeza, e que essa falsa imagem que é divulgada nas redes sociais só alimenta a sensação de solidão, para que o diálogo e as interações presenciais volte a ter importância nas relações novamente.