Título da redação:

A Síndrome da Felicidade Infindável

Tema de redação: As mídias sociais como impulsionadoras da busca pela perfeição

Redação enviada em 01/09/2018

Com a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, a tecnologia tornou-se cada dia mais presente no cotidiano contemporâneo bem como o crescimento e uso de mídias sociais. Entretanto, ainda que criadas como forma de aproximar seus usuários, tais mídias são um tanto paradoxais, pois seu uso tem como conseguinte para seus utilizadores a perpetuação da busca pela perfeição no âmbito virtual e consequentemente um afastamento da vida real. Ademais, nota-se que a insatisfação tornou-se uma pontual consequência da felicidade plena e sem fim exageradamente exposta no espaço virtual. Infere-se, que de acordo com uma pesquisa feita com mais de mil meninas pela ONG inglesa Girlguiding, uma significativa parcela assumiu que no ambiente cibernético seu foco era comparar suas vidas com as de outras pessoas e afirmaram se preocuparem com o quão prejudicial pode ser tal hábito. Nessa situação é indubitável concluir que o meio informacional de forma gradativa, porém significativa, desagrega valores humanos até então considerados imprescindíveis. Há de considerar ainda, que além da permanência da ideia e desejo de uma vida supostamente perfeita, as postagens nas mídias sociais tornam-se impulsionadoras da existência de um paradigma social a ser seguido. Com isso, há a persistência de um padrão de vida e beleza inalcançável para a maioria, que causam grande impacto na saúde mental e física tanto quanto no alto consumo de bens, já tão promovido pela sociedade hodiernamente capitalista. Em suma, faz-se primordial liquidar – citando o sociólogo contemporâneo Bauman - essa “modernidade líquida”, caracterizada por relações afetivas rasas e uma vivência virtual crescentemente mais sólida. Destarte, é necessário que o quarto poder propague uma maior diversidade através de campanhas públicas de comunicação, como forma de influência positiva para a sociedade. Paralelamente a isso, torna-se interessante a inclusão nas instituições educacionais de um conteúdo programático voltado para a autovalorização e saúde mental de estudantes. Dessa forma, ainda que a curto prazo, faz-se possível uma resolução para a insatisfação causada pela felicidade infindável presente no meio midiático.