Falta de informação. Facilidade de aquisição. Precariedade de acesso ao serviço especializado. Tais fatores contribuíram para a formação de uma cultura arriscada na vida do brasileiro. Nesse contexto, o uso indiscriminado de medicamentos apresenta-se como preocupação para a Organização Mundial de Saúde. Ou seja, os efeitos negativos desse costume não têm cooperado para a coibição do dilema que persiste e cresce socialmente. Partindo desse pressuposto, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade quantificou cerca de vinte mil mortes por ano no Brasil decorrentes da automedicação. Tal dado comprova o não esclarecimento à população sobre a utilização incorreta de remédios. Ademais, a acessibilidade às entidades de saúde pública ainda é insatisfatória para a maior parte da população. Em contrapartida, estabelecimentos não encontram obstáculos – como a fiscalização – para a venda de fármacos sem prescrição. Por conseguinte, a permanência desse hábito gera problemas para seu consumidor. Exemplo disso são as reações alérgicas, a resistência aos antimicrobióticos e até mesmo o desenvolvimento de outras patologias. Além disso, a intoxicação medicamentosa pode aumentar o erro nos diagnósticos, segundo a OMS. Sendo assim, é louvável que profissionais farmacêuticos orientem sua clientela sobre a compra e ingestão imprópria de drogas medicinais, facilitando o controle de distribuição dessas. Fica claro, portanto, que aliar a consciência cidadã ao fácil acesso a postos e hospitais públicos seria eficiente para a redução da tradicional atitude do brasileiro. Para tal, cabe ao Ministério da Saúde ampliar as unidades de atendimento e melhorar as atuais estruturas. Isso se dá por meio da capacitação dos profissionais envolvidos e da disponibilização de instrumentos de trabalho. Às mídias, como televisão e internet, fica o papel de promover o conhecimento das consequências da automedicação, com propagandas e compartilhamentos em redes sociais, uma vez que indivíduos são influenciados por essas fontes.