Título da redação:

Dose primordial

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 17/09/2016

A diferença entre o veneno e o remédio é a dose. Essa é uma frase bastante replicada no cotidiano social, sobretudo pelos cidadãos mais idosos, pois é um dito popular que quase todas as pessoas conhecem. A linha entre veneno e remédio pode ser muito tênue. Alguns remédios em excesso podem ser letais, como nos casos de intoxicação, e alguns venenos naturais podem ser utilizados como medicamentos, como o caso do botox. Ditos populares não podem ser menosprezados pela sociedade, pois fazem parte de toda uma cultura e de informações obtidas através da própria evolução humana em civilização. Entretanto, como fruto da própria evolução dos seres humanos em sociedade, cada área científica e artística foi se evoluindo e cada vez mais provando ou desmentindo os ditos populares. A confirmação desse dito popular é que diversos venenos são usados para outras finalidades não letais no ser humano, como no caso do botox(toxina botulínica), que causa paralisação dos músculos e do veneno do escorpião amarelo que vem sendo usado no controle do câncer. Isso nos prova que a diferença entre cura e morte pode mesmo ser a dose aplicada, fazendo com que as implicações da automedicação possam ser extremas, como o óbito. Assim sendo, as consequências da automedicação são perigosíssimas, já que um erro na dose do remédio poderá causar um fortalecimento dos organizamos causadores daquela doença ou até mesmo agredir o sistema natural do corpo levando à complicações de saúde do cidadão que automedicou-se. Ademais, há a indústria farmacêutica que lucra com essa automedicação desenfreada do brasileiro. As propagandas estimulam o cidadão a se automedicar quando não expõe o risco dessa automedicação, pois transparece ser um jeito prático de contornar aquele problema. A sociedade médica por vezes tenta ir contra esse estímulo e reafirmar os perigos de ingerir remédios sem a devida prescrição, mas chega a ser injusta a competição de uma propaganda criativa e leve contra um sério profissional da saúde falando sobre algo que a população provavelmente considera chato. Destarte, para amenizar as implicações da automedicação na cultura do brasileiro, é necessário que o Congresso Nacional em parceria com o CONAR( Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) elabore uma lei que determine o aviso nas propagandas de medicamentos, de forma clara e inerente, que há um risco de ingerir remédios sem prescrição, para não haja estímulo ao consumo irresponsável. Ademais, é necessário que Ministério da Saúde produza propagandas apelativas ao risco de automedicar-se, a fim de conscientizar o usuário do risco daqueles medicamentos.