Título da redação:

Dores sociais

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 31/03/2016

Com o avanço cientifico, a medicina se desenvolveu muito a partir do século XIX. Desde a descoberta da Penicilina, desenvolveram-se inúmeros remédios. Entretanto, a banalização do consumo desses fármacos pode ser tão prejudicial à sociedade quanto as enfermidades propriamente ditas. O uso de calmantes e antidepressivos é, em muitos casos, uma tentativa de fugir dos problemas. Em várias situações esses medicamentos não são realmente necessários, e, alem de não ajudarem o individuo na resolução das adversidades, podem viciá-lo. Embora muitas pessoas utilizem drogas como cocaína e maconha com o mesmo objetivo, o uso de medicamentos não é tão mal visto quanto o dessas substâncias ilícitas. Esse preconceito demonstra a hipocrisia da sociedade, já que diversos fármacos vendidos em drogarias de shoppings são tão ou até mais prejudiciais do que as drogas proibidas. Além disso, o uso inadequado de fármacos atrapalha o desenvolvimento científico. A formação de bactérias resistentes a antibióticos é, em grande parte, decorrente da automedicação. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), se o consumo excessivo de remédios continuar, bactérias hoje sob controle da ciência voltaram a matar em grande escala em poucas décadas. Muitos medicamentos são vendidos como fórmulas mágicas, capazes de solucionar qualquer problema, quando, na verdade, não surtem esse efeito. Muitos desses lembram a droga SOMA do livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e as propagandas desempenham papel relevante nesse processo ilusório: o “tomou, passou” faz o remédio parecer a solução instantânea para qualquer dor de cabeça. Contudo, em muitos casos, esses problemas ocorrem devido à péssima mobilidade urbana, a insegurança e outros problemas crônicos da sociedade. O excesso do consumo de medicamentos é, portanto, um problema para o homem, e demonstra seu despreparo em lidas com suas dificuldades. Para amenizá-lo, é fundamental que o governo torne a fiscalização da venda de fármacos mais rigorosa, e, para tal, mais remédios devem ser vendidos apenas mediante apresentação de receita médica. Além disso, todas as farmácias devem ter farmacêuticos formados, para que esses orientem a população. Ademais, a quantidade de medicações na mídia devem ser reduzidas.