A automedicação é um costume do brasileiro. Consultas médicas caras e postos de saúde pública lotados, aliado ao fácil acesso a medicação, fomentam num cenário preocupante à saúde pública. Deixando- nos com a pergunta: o que fazer para reverter esse caso ? Uma das consequências do uso de remédios sem a devida orientação a se citar são as superbactérias – bactérias que se tornaram resistentes a antibióticos- , estas, certamente não existiriam se as pessoas tomassem os antibióticos apenas quando necessário e seguissem o tratamento da forma correta. Diante disso, a venda de antibióticos passou a ser proibida sem a apresentação da receita médica, o que freou a venda indiscriminada de antibióticos, assim como o surgimento de novas bactérias. Além disso, as visitas ao médico ainda são cerceadas de tabus e entraves, como custo de consulta, tempo ou o medo de um diagnóstico ruim, e por isso, só são realizadas quando o quadro se agrava. Tal distanciamento entre médico e paciente faz com que as pessoas acabem recorrendo à internet ou familiares para a solução de algum mal estar, afastando-se assim, do tratamento adequado. Aldous Huxley, escritor inglês, dizia que um problema não deixa de existir só porque é ignorado, assim como não há resolução àquilo que não é enfrentado. Portanto, disfarçar sinais que o corpo envia com antitérmicos ou relaxantes musculares precisa parar de ser visto como a cura de um mal. Em síntese, torna-se evidente que a conscientização acerca das consequências da automedicação, através de palestras ministradas por médicos e pessoas que sofreram dos decorrentes malefícios, é o primeiro passo rumo à mudança do atual panorama. Ademais, o legislativo precisa criar novas regras para a comercialização de remédios, e, as farmácias, precisam passar por uma fiscalização mais rigorosa, para que não haja impunidade àqueles que vendem remédios sem o devido recolhimento de receita médica. Desde que haja conscientização, diálogo e comprometimento entre as esferas da sociedade, o hábito do brasileiro em automedicar-se, certamente, perderá força.