Aldous Huxley,na obra de ficção cientifica '' Admirável Mundo Novo " delata uma sociedade alienada. De tal sorte, que os desejos e anseios eram comumente neutralizados pela ingestão do ''soma'', uma pilula. Em analogia, a cultura da automedicação se torna cada mais honorífica em uma sociedade tateada por problemas de ansiedade e depressão. Por conseguinte, quando as pessoas na sociedade de Huxley ingeriam o soma, perdiam a capacidade do cogito e portanto, eram facilmente acomodadas pela situação vigente - assim como definiu Platão ao descrever o mundo perfeito e imutável das ideias - Dessa forma, a popularização de remédios vendidos sem prescrição médica acelera o processo de alienação de tal maneira a banalizar : as pessoas consomem sem ficar cientes dos riscos e prologam o uso,se tornando crônico - entre eles o uso de antidepressivos. Entretanto, fazer com que desapareça um sintoma, ou inative - temporariamente - uma dor psíquica, não impossibilita o desenvolvimento de outros problemas. Decerto que, a mente é quatro vezes mais motivada pela dor do que pelo prazer, ela também é extremamente moldável. Logo,percebe-se o ''telos'' da questão , ou seja , o desencadeamento leva o indivíduo a consumir de maneira imediata, a fim de obter abrandamento das dores. De tal forma apresentar impacto instantâneo sobre a disseminação das vendas de analgésicos nas bancadas farmacêuticas. Outrossim, o determinismo se faz presente. Logo, depois que surgiram os primeiros analgésicos haviam poucos os registros sobre cefaleias e, exponencialmente cresceram os casos mediante à apresentação do remédio. Portanto, mostra -se a capacidade que a mente têm de ser readaptada e modificada pelo meio. Diante disso, é necessário que a sociedade saia da condição de ''status quo'',posta ao comodismo. O primeiro processo de reivindicação começa pela instrução familiar, que ao se portar da situação determinante faça a devida prevenção de não transformar os filhos em adultos dependentes : por meio de instruções da própria bula. Além disso é importante que o Estado aliado à ajuda popular - por intermédio de fiscalizações - elabore uma lei - Direito Positivo - de caráter preventivo de forma que os medicamentos sejam expostos nas prateleiras com a devida " bula fora da caixa '' para que facilite o acesso e, em vermelho esteja as advertências aos consumidores, afim de que os riscos sejam bem esclarecidos e a população se mantenha informada.