A literatura romântica, do século XIX, teve seus padrões ideológicos desconstruídos pela arte moderna. Do mesmo modo, faz-se importante repensar os conceitos relacionados à automedicação. De fato, mesmo que - em princípio- a tentativa de tomar remédios sem a consulta de especialistas pareça um assunto esgotado, há, ainda, espaço para novas reflexões. Primeiramente, pode-se ressaltar que a busca pela automedicação ocorre, muitas vezes, na tentativa da atenuação de efeitos relacionados ao estresse do cotidiano. Muitas pessoas, quando sentem cansaço ou até insonia, provocados pela correria do dia a dia, procuram remédios capazes de anular tais sintomas, não analisando, porém, os efeitos colaterais. Por conseguinte, o que eles não sabem é que, normalmente, quando se recorre ao uso de drogas sem a prescrição dos médicos os reflexões positivos acontecem em progressão aritmética e os negativos- como a pressão alta ou a sobrecarga do fígado, por exemplo- em geométrica. A internet é outro fator que contribui para o uso de remédios sem a prescrição médica. Na tentativa de evitar gastos com médicos, parte da população procura informações sobre questões de saúde- tal como os sintomas de uma doença ou os possíveis remédios que possam ser usados no seu combate - em sites da "web". Logo, esses indivíduos tendem a cometer o maior erro do homem que é, de acordo com Schopenhauer, sacrificar a saúde a qualquer outra vantagem. Dessa forma, mudar é difícil, entretanto é preciso. Em suma, percebe-se que a automedicação ocorre para minimizar a tensão do cotidiano e o gasto com os médicos.Para equacionar tal impasse, é preciso que o governo estadual- através do seu tempo de concessão na televisão- veicule propagandas que informem sobre os efeitos negativos do uso excessivo de remédios sem a prescrição de um especialista. Além disso, ele também poderia- respaldando-se na Lei de Diretrizes e Bases- promover palestras. Nestas, os médicos iriam informar quanto aos perigos das dicas que circulam na internet sobre as drogas ilícitas. Afinal, como disse Immanuel Kant: "o ser humano é aquilo que a educação faz dele".