Título da redação:

Automedicação ou automutilação?

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 19/06/2017

De acordo com dados do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, a autoprescrição de medicamentos é praticada por cerca de 76% da população brasileira. Nesse contexto, percebe-se o papel fundamental da difusão em massa de informações por meio internet na manutenção dessa prática. Segundo Gilles Lipovetsky, teórico francês, existe uma cultura da imediatez muito presente em tempos hodiernos. Nessa perspectiva, a disponibilidade de grande contingente informacional faz crer que a consulta médica pode ser adiada ou até mesmo substituída por conteúdos encontrados na internet. No entanto, a orientação profissional é imprescindível ao fazer-se uso de qualquer medicação; seu uso irracional pode levar a problemas hepáticos, dependência e é capaz, inclusive, de mascarar sintomas de um possível quadro mais grave. Destarte, é importante que o Estado promova campanhas que instruam a população a um consumo crítico e refletido de conteúdos online, desestimulando a busca por diagnósticos não profissionais. Conjuntamente, deve, em parceria com o setor privado, desenvolver mecanismos que otimizem o contato entre paciente e médico; aplicativos que realizem consultas online podem ser importantes inibidores da prática de automedicação. O uso irracional de remédios é danoso e agride o corpo, mutilando-o de dentro pra fora.