Título da redação:

Automedicação e os jovens brasileiros

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 17/08/2016

No Brasil, os jovens se tornaram os principais consumidores de remédios vendidos sem prescrição médica. Dentre vários fatores relevantes, destacam-se as causas e os perigos associados a esse mau hábito. Estudo do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) constatou que entre os 16 e os 24 anos, 90,1% das pessoas chegam a se medicar sozinhas. Como explicar esse percentual? Em função da rotina apressada e estressante, indivíduos dessa faixa etária estão mais expostos a pequenos quadros virais e dores de cabeça. Sendo assim, moças e rapazes se automedicam como uma solução prática e rápida. Além disso, a indicação pode vir de familiares e amigos que já tiveram quadro clínico semelhante. Segundo a Associação Paulista de Medicina (APM), até mesmo a orientação do Ministério da Saúde divulgada nos meios de comunicação: “Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado” torna-se um convite ao uso indiscriminado de fármacos de venda livre, pois coloca a procura do atendimento como simples alternativa, caso os resultados não sejam satisfatórios. Os danos provenientes dessa prática podem ser desde simples reação alérgica, passando por “mascaramento” de doenças evolutivas e dependência química, até a morte. Pesquisa feita no país, em 2007, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou quase 35 mil pacientes com intoxicação, sendo que 90 morreram. Vale ressaltar ainda os perigos relacionados à sexualidade dos jovens que usam comprimidos contra impotência, acreditando ser o melhor recurso contra a ansiedade e medo de decepcionar a parceira na cama. Especialistas afirmam que esse comportamento pode afetar negativamente o restante da vida sexual dessas pessoas. Dessa forma, não basta acatar as experiências “bem-sucedidas” de outros indivíduos ou somente ler as bulas, é importante contar com o aval de um médico. Portanto, a automedicação é uma prática cada vez mais frequente entre os jovens brasileiros. O Estado, através da mídia, deve conscientizar os cidadãos do tratamento de doenças triviais que geralmente são automedicadas, mas recomendando os medicamentos corretos e alertando o perigo do exagero. Outra medida passa pela valorização de um trabalho mais estreito entre médicos e farmacêuticos, o que levará a um maior benefício para a promoção e prevenção da saúde. Por fim, quase sempre, é melhor trocar a pílula por atividades físicas e alimentação de qualidade. .