Título da redação:

Automedicação: do prazer à dependência química

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 16/09/2016

Olá, tudo bem? Desculpe-me escrever aqui, mas era a única forma de entrar em contato com você. Achei meu texto muito previsível e não consegui causar impacto nos leitores. Como posso reverter isso? De acordo com o antropólogo Roberto da Matta, o termo “jeitinho brasileiro” é uma característica que muitos indivíduos, na esfera nacional, utilizam para descumprir normas e obter facilidades. De maneira análoga, é possível relacionar essa alcunha com a automedicação no Brasil contemporâneo, haja vista que o consumo de fármacos sem prescrição médica se torna, em senso comum, um imperativo categórico para a resolução de qualquer patologia. Com isso, surge a problemática da automedicação na cultura brasileira que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, causando danos físicos e psicológicos aos indivíduos. É válido considerar, antes de tudo, os efeitos que a automedicação causa à saúde física. Seja pela desinformação, seja pela facilidade de consumo, é notório que a ingestão de remédios, sem orientação médica e em excesso, causa inúmero problemas, sendo a intoxicação um dos principais efeitos colaterais no Brasil. Entretanto, outros sintomas mais agressivos podem se manifestar, como reações alérgicas, problemas graves no fígado e nos rins, gerando alterações na fisiologia e na anatomia humana. Outrossim, cabe destacar os prejuízos ao psicológico como parte dessa problemática. Para combater alguma enfermidade, o fármaco pode, ao ser ingerido, ativar estruturas cerebrais que liberam hormônios que dão prazer e alívio. No entanto, o uso indiscriminado gera a dependência, assim, modifica-se a sua função primária de combate à patógenos para causador da dependência química. Diante disso, a imunidade do indivíduo abaixa, tendo impactos profundos na psique e, além da dependência, pode levar a quadros depressivos e até à morte. Percebe-se, portanto, que a automedicação é uma problemática que persiste na sociedade brasileira. A fim de atenuar o problema, é necessário que o Estado, aliado às emissoras de televisão, promova campanhas de abrangência nacional, a fim de mostrar os riscos físicos e psicológicos da automedicação, orientando, desse modo, à população. Ademais, se para Sêneca a educação exigia os maiores cuidados, pois influiria sobre toda a vida, é fundamental que as redes municipais e estaduais de ensino façam palestras e organizem debates sobre o assunto nas escolas, assim, os jovens serão conscientes dos problemas e imunes a essa tendência nacional. Só assim, com a união do Estado e da sociedade civil, o “jeitinho brasileiro” na automedicação será minimizado no país.