Título da redação:

Automedicação: do cultivo de doenças à dependência química

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 03/04/2016

Marketing Abusivo. Alienação. Intoxicação. Desde o século XIX, com a ampla atuação da indústria farmacêutica na Europa, houve um aumento vertiginoso no uso de fármacos sem prescrição médica. Dessa maneira, após a industrialização tardia brasileira e com a intensificação de transnacionais no país, principalmente a partir de 1950, medicamentos foram produzidos em alta escala, tendo como aliado a divulgação desses produtos através da mídia, alcançando, assim, a aderência da população. Com isso, surge a problemática da automedicação na cultura brasileira que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela falta de informação, seja pela fácil obtenção de remédios. É axiomático que a questão da falta de informação esteja entre as causas do problema. De acordo com o escritor e administrador Peter Drucker, “O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país”. Análogo a isso, é possível perceber que, no Brasil, a falta de informação sobre os efeitos colaterais do uso indiscriminado de remédios trás vários malefícios, que segundo a Sinitox, a automedicação é o principal agente de intoxicação no Brasil. Contudo, o incentivo midiático e a orientação familiar sem base médica, por muitas vezes, fazem com que o cidadão se automedique, alargando a problemática no país. Outrossim, destaca-se a fácil obtenção de fármacos como impulsionador dessa problemática. Segundo a “liquidez” do sociólogo Zygmunt Bauman, viver na sociedade contemporânea requer mais agilidade nos processos. Seguindo essa linha de pensamento, muitas pessoas compram remédios em farmácias sem prescrição médica, haja vista que, a obtenção de medicamentos se tornou prático e rápido. Assim, os problemas decorrentes da automedicação, como a dependência e o agravamento de doenças através da seleção natural de bactérias, ampliam-se e o combate eficaz da moléstia se torna mais difícil. Percebe-se, portanto, que a automedicação é uma problemática que persiste na sociedade brasileira. A fim de atenuar o problema, é necessário que o Estado aliado às emissoras de televisão, promovam campanhas de abrangência nacional, a fim de mostrar os riscos da automedicação, orientando, desse modo, à população. Ademais, é necessário que as redes municipais e estaduais de ensino façam palestras e criem debates sobre o assunto nas escolas, assim, os jovens serão conscientes dos problemas da automedicação. Dessa forma, informando à população em geral, a automedicação será minimizada gradativamente no país.