Título da redação:

Autodestruição

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 29/03/2016

"Se persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado." O condicional usado em propagandas vinculadas a medicamentos implica uma condição acerca do possível não funcionamento de tais, porém, ao mesmo tempo, incentiva o uso da droga sem uma consulta prévia com um profissional de saúde. A automedicação é um grande problema envolto na realidade da saúde pública no Brasil, viabilizada pela dificuldade no atendimento em postos de saúde, mau uso da publicidade e avanço tecnológico nos campos de pesquisa. As características do mundo contemporâneo são constantemente transformadas em ditados pela cultura popular; um deles diz que "tempo é dinheiro", referindo-se a forma como o homem está cada vez mais ocupado. Dessa forma, consultar um profissional de saúde devido à uma dor pequena, não entra nas prioridades de quem quer poupar tempo. A comodidade, aliada ao atendimento precário e lento em postos e unidades de saúde, acomoda os cidadãos. Outro agravante, é a ampla informação sobre doenças, sintomas e remédios em meios virtuais, que estão mais acessíveis, além do uso dos meios de comunicação como veículo de propaganda de medicamentos. No entanto, a automedicação pode causar severas consequências. É comum que remédios como analgésicos, antitérmicos ou anti-inflamatórios aliviem os incômodos iniciais. Porém, tais sintomas podem estar ligados à doenças mais sérias como: vírus, doenças crônicas, aneurismas e até tumores. Nesses casos, o paciente leva tempo até consultar um médico, atrasando o diagnóstico, o que pode ser crucial no tratamento e recuperação. O uso contínuo de medicamentos sem receituário podem, por acostumar o organismo a receber tal para o controle da dor, levar o usuário a dependência afetando algumas funções corporais. Por um lado, a perspectiva de que o problema seja resolvido completamente é mínima, uma vez que é uma realidade cultural nacional. Porém, medidas devem ser tomadas acerca da automedicação no Brasil. Em caráter de urgência, o Ministério da Saúde deve elaborar, junto à profissionais de saúde, uma planilha de orientação sobre os riscos do uso de medicamento sem prescrição médica para divulgação nas farmácias, hospitais, clínicas e postos de saúde. Às Escolas e instituições de ensino, por sua vez, cabe o alerta e a educação dos alunos sobre o assunto desde Educação Infantil, promovendo aulas interativas e visitas de médicos.