Cerca de três cidadãos por hora são afetados pelo uso indevido ou excessivo de medicamentos, segundo a Anvisa. Esse dado assustador mostra como a automedicação está tão presente na cultura do brasileiro, que muitas vezes prefere buscar uma ajuda familiar ou de farmacêuticos, que são profissionais não qualificados para o tema. A falta de conhecimento da população sobre os riscos e a cultura já existente associada as propagandas feitas pela indústria farmacêutica e preguiça de se procurar auxílio médico tem sido um empecilho na saúde brasileira. Os produtos mais vendidos nas farmácias são aqueles que não precisam de prescrição médica, de acordo com o professor Paulo Angelo Lombardi, isso porque eles têm um risco de intoxicação muito baixo, todavia o problema está relacionado a mistura de medicamentos ou a dosagem indevida, por não ler a bula ou a crença de que isso fará com que se cure mais rápido. Esses fatores podem causar dependência, reações alérgicas e até morte. Conquanto, outro problema que a automedicação pode causar é mascarar sintomas de doenças mais graves ou, até mesmo, o agravamento da doença. A sífilis, por exemplo, é uma bacteriose sexualmente transmissível, que pode levar o indivíduo a morte, mas seus sintomas iniciais são muito brandos, assim, pela falta de observação de um médico, a doença vai para um estágio cada vez mais avançado e fica cada vez mais difícil de se curar. Dessa forma, é perceptível que são necessárias mudanças na maneira de pensar e reagir da população, e para isso médicos podem fazer campanhas, através de redes sociais, televisão e rádios, lembrando a população da importância de uma consulta médica e os contratempos que a automedicação pode gerar, além de mostrar que as propagandas feitas pela indústria farmacêutica visam vender um determinado produto, mais do que uma melhoria na condição de saúde popular. Ademais, durante aulas de biologia sobre doenças, é possível o professor enfatizar a importância de se consultar um médico e nunca se automedicar, buscando sempre solucionar o problema realmente e não fantasia-lo.