Título da redação:

A cordialidade é epidêmica

Tema de redação: As implicações da automedicação na cultura do brasileiro

Redação enviada em 29/03/2016

A Revolta da Vacina, ocorrida durante a República Velha, evidenciou, dentre outros aspectos, a falta de conhecimento da população, a qual acreditava que as vacinas oferecidas pelo governo fariam mal. Já atualmente, a ignorância brasileira perante o âmbito da saúde é notada, haja vista que há uma grande recorrência de automedicação na sociedade. Primeiramente, é válida a reflexão sobre a causa do problema. Ela está vinculada à cultura do Brasil, pois, segundo Sérgio Buarque, este possui um povo cordial, ou seja, que age pela emoção instintivamente. Dessa forma, conclui-se que a ausência de razão na população a leva a tomar atitudes impensadas, sem prever as consequências. Assim, ela se torna sujeita às persuasões midiáticas acerca da compra e uso desenfreado de medicamentos. Os resultados desse costume podem ser irreversíveis. Isso porque a ingestão abusiva de remédios aliada ao não acompanhamento médico acarreta em reações alérgicas, dependência, mascaramento de doenças mais graves e/ou até mesmo a morte. Essa situação é retratada no filme “Réquiem para um sonho”, no qual uma mulher fica dependente de medicamentos e acaba gerando sequelas neurológicas em decorrência disso. Porém, fora das telas, essa pode ser uma realidade também. Torna-se claro, portanto, que a automedicação é um reflexo dos hábitos no País e suas implicações são drásticas. Por isso, os indivíduos devem ser conscientizados a respeito desse dilema. Para tanto, os professores e os alunos dos cursos de medicina devem realizar projetos a fim de informar a sociedade sobre isso por meio da distribuição de panfletos e da organização de palestras abertas ao público. Ademais, é papel da escola promover discussões esclarecedoras para formar cidadãos críticos capazes de discernir os dados transmitidos pela mídia. Somente desse modo, os brasileiros serão mais responsáveis com a sua saúde.