Numa sociedade com facilidade de acesso aos meios de informação, é cada vez mais fácil a difusão de receitas e remédios na internet. Esquecem-se, porém, dos riscos da automedicação inconsequente, tornando-se problema de saúde pública. Segundo levantamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade Industrial (ICTQ), 76,4% dos brasileiros admitem realizar essa prática, permitindo entender uma relação direta com a falta de tempo e impaciência de se encaminharem a um consultório médico ou posto de saúde. Ainda quando prescritos por um profissional, 32% das pessoas acabam por exceder a dose a fim de potencializar os efeitos e encurtar o tempo de cura. Além disso, tratar-se em casa por meio de chás, ervas ou indicações de familiares e amigos são hábitos enraizados na cultura brasileira, contando também com o incentivo à compra em propagandas comerciais. Dessa forma, dificulta-se o controle e, muitas vezes, transforma remédio em veneno, pois ignoram o poder de ação e reação de substâncias que podem mascarar e até ocasionar doenças mais graves. Portanto, é importante não só a promoção das campanhas de conscientização e educação das crianças para as próximas gerações, mas principalmente o controle e retenção da venda como medida urgente e mais rígida.